Eu não fui conhecer o programa de Au pair só aos 28 anos. Eu conheci o programa em 2014, quando eu ainda podia aplicar pros EUA - e foi o que eu fiz naquela época. Como nesse tempo eu estava separada do meu ex-marido (a gente foi e voltou tantas vezes que nem sei dizer rs) e, pra variar, perdidona, eu procurei a World Study da cidade em que eu morava, paguei, fiz todo o processo e, por fim, fui recusada porque eu tomava (e ainda tomo) medicação controlada para ansiedade.
Aquilo me deixou no chão. Me sentindo muito mal e me sentindo culpada pelo meu próprio "fracasso", porque eu dependia dos remédios e eles me limitaram. Um tempo passou, voltei com o ex e guardei o sonho no bolso "one more time", até porque, como eu tinha sido recusada, na minha cabeça, aquilo era uma ideia perdida. Ah, e antes que alguém questione: "Nossa, mas não era mais fácil você ter se esforçado e parado os remédios?".... Bom, quem faz tratamento e entende o mínimo desses probleminhas emocionais sabe que eles são tão sérios quanto qualquer outra doença física e que exigem um tratamento certinho e bastante atenção e carinho consigo mesmo.
Como eu escrevi no primeiro post, em Janeiro desse ano (2018) tive o insight pra picar a mula do Brasil e mudar minha vida. Ao pesquisar no google, o único intercâmbio que me seria viável financeiramente seria o de au pair, embora não pudesse mais ir pros EUA, porque já tinha passado dos 26 anos. Mas, beleza, nunca fiz mesmo muita questão de ir pra Terra do Tio Sam.
Além disso, eu descobri algo tão mais feliz: que na Europa também havia oportunidades para ser au pair. E o que é melhor, alguns países aceitam até os 30 anos!
Esse período de pesquisas sobre possibilidades e possíveis barreiras impeditivas foi meio agoniante pra mim, porque pra au pair na Europa eu achei as informações bem mais reservadas, mais difíceis de achar do que para os Eua. Pra começar, pelo que entendi, não são todos os países da Europa em que o programa de Au pair é legalizado para nós, brasileiras. Alguns dos países em que o programa é legalizado são: Alemanha, França, Holanda, Finlândia, Noruega, Dinamarca, Suécia e Islândia. Nos demais países, também há bastante au pairs, mas aí cada um por sua conta e risco, além de que alguns países só aceitam até os 26 anos (inclusive alguns desses que citei como "legalizados para brasileiras"), exigem comprovar alguma quantia de dinheiro em conta (que eu não tenho), muitos gastos com pagamento de curso, visto, seguro saúde e etc. Tudo isso muito fora da minha realidade.
Depois de muito pesquisar e conversar com pessoas, eu fui estudando as possibilidades e acabei perdidamente apaixonada pela Holanda, que oferece condições ao meu alcance, além de que é um charme o país, né, gente? Em pouquíssimo tempo, eu tinha certeza que ia morar naquele lugar! Sentia dentro do coração que era o caminho certo a trilhar.
O programa de au pair é legalizado na Holanda (isso é muito importante pra mim), a host family paga seu visto, seu curso, seu plano de saúde e um salário que varia de 300 a 340 euros. Ou seja, a au pair tem basicamente o custo da passagem e umas coisinhas como apostilar e traduzir a certidão de nascimento (menos de 500 reais).
Beleza, tava decidido!
Mas o que fazer agora, né?! Entrar numa agência? Procurar no site da Aupairworld (um site gratuito em que as famílias buscam au pair e as au pairs buscam famílias - é basicamente um Tinder "auperiano"), como eu vi muitas meninas recomendarem? Será que iam aceitar meu status de "divorciada" (porque eu vi que eles dão uma frisada na exigência "ser solteira" e, por mais que eu tenha certeza de que sou "free", na porcaria do papel consta "divorciada" haha)? Será que iam aceitar meu inglês meio bosta? Será que me barrariam pelos remédios? Será que eu ia encontrar uma família? Atentem para o detalhe de que famílias holandesas normalmente preferem as meninas da própria União Européia para terem menos gastos.
Enfim... Será? Será? Será?
Meti a boca no mundo. Se vocês me pesquisarem nessas lupinhas de grupos de au pair no facebook, vão descobrir "A louca das perguntas" rs... perguntava mesmo! Sobre tudo. E foi assim que fui esclarecendo muitos pontos. Inclusive, sou muito grata a cada ajudinha que recebi, cada pessoa que compartilhou o que sabia comigo.
Estando tudo ok para os pontos mais relevantes (podia ser divorciada, podia tomar remédio - porém mais tarde descobri que depende rs - e podia dar sorte de alguém aceitar meu inglês), só fui! Comecei a agir.
Decidi num primeiro momento fazer meu cadastro no aupairworld e procurar famílias por lá. Daí dando match eu entraria pra agência da família e daria tudo certo.
Meu perfil ficou maneiro, pelo menos eu acho. Como fui professora, tinha bastante fotos com as kids. Contudo, me deparei com a realidade. Poucas famílias buscando brasileiras para a Holanda. Parti, então, pra dica que uma miguinha deu em algum grupo de face por aí, que é a seguinte: quando for fazer uma busca, coloque que você é de algum país europeu; daí vão aparecer dezenas de famílias. Para as quais você se interessar, envie mensagem dizendo que você é brasileira, mas acredita que o perfil de vocês combina.
Foi o que eu fiz. O resultado foi: incontáveis "NÃO", incontáveis "LIDO E NÃO RESPONDIDO (ou seja, ignorado haha), algumas conversas que não foram pra frente, uns 2 skypes com famílias que não deram em nada e, finalmente, o MATCH!
Ah, o match...!
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