quarta-feira, 19 de setembro de 2018

O match

Não vai lendo achando que esse é um capítulo feliz. Não, não é. Mas foi um capítulo bem fundamental para que eu chegasse à felicidade que estou sentindo hoje. Foi desesperador? Foi! Mas valeu.
Dia 29/04/18 tive meu match. Uma família linda! Papai, mamãe, um boy de 4 anos e uma girl de 3. As kids pareciam aquelas de cinema, sabe? E, os pais eram também muito bonitos e simpáticos. Moravam numa casa maravilhosa, na cidade de Den Bosch. Eu achei tudo incrível, fiquei naquela felicidade de ter uma família, as condições que eles me ofereceram também eram bem legais, enfim... feliz! E o embarque era pra meados de Setembro.
Tão logo, a agência deles entrou em contato comigo para dar início ao meu processo. Já achei difícil, no começo, pois a agência não tinha nenhum representante brasileiro. Então, todas as POUCAS informações que eu conseguia fazer com que eles me passassem eram em inglês.
Ficava bem angustiada porque eles demoravam bastante pra responder meus e-mails. E eu acho que nesse momento, qualquer uma de nós precisa de atenção e esclarecimentos para se sentir um pouco mais segura. Não foi isso que tive com eles.
Agendaram minha entrevista em inglês, com a dona da agência, para uma quinta-feira, mais ou menos no nosso horário de almoço. Ok, lá estava eu toda ansiosa na frente do computador e a entrevistadora apareceu após 1 hora de atraso (juro!). Fizemos cerca de 30 minutos de entrevista, tempo suficiente para ela demonstrar descontentamento com o meu inglês (ficou incomodada) e questionar meu uso de medicamentos controlados - coisinhas que já me deixaram cheia daqueles medos, inseguranças e tals. Eis que pra piorar minha ansiedade, ela perguntou se poderíamos terminar a entrevista no dia seguinte (sexta-feira). E eu ia dizer o que? Respondi "Claro!".
No dia seguinte, sexta, no horário combinado, estava eu novamente a espera. Alguns minutos de atraso, horas... e horas... e horas... bem, já deu pra perceber que ela não apareceu, né?! Eu até mandei uma mensagem questionando, dizendo que eu estava aguardando. Mensagem essa que foi visualizada e não respondida.
Vejam bem a situação! Depois de reagendar a entrevista pra um outro momento, a pessoa não apareceu e não deu satisfação nenhuma. Eu passei o sábado, o domingo e a segunda (porque foi feriado na Holanda e nada funcionou) na angústia sobre o que poderia ter acontecido. E, claro, nesse momento só passa ideia atravessada na cabeça, né?! Tipo que eles iriam me recusar (sim, pensava isso mesmo já tendo tido o match com a família), que iam dizer que com esse inglês não posso ir, que não aceitam quem toma medicação e blá blá blá.
É claro que eu contei pra minha host mom o que tinha acontecido e ela também não gostou e disse que procuraria a agência na terça-feira cedo. Foi o que ela fez.
No fim das contas, fizemos a entrevista, a entrevistadora se desculpou brevemente (bem brevemente, rs!) e seguimos com todo o processo. Daquele jeito... eu conseguia mais suporte nos grupos de facebook do que da agência.
Fiz tudo que me pediram, todas as etapas. E, enquanto isso, ia conversando com frequência com a família, fazendo vídeos, trocando fotos, tudo bem agradável.
Era fim de Junho quando chegou o momento em que a próxima etapa do processo era eu comprar a passagem para a agência poder aplicar e meu visto. Foi quando a host mom entrou em contato comigo (super desconcertada) dizendo que não poderia me receber porque ela e o marido estavam se separando e não seria o melhor momento para hospedar uma au pair.
Oi? Fiquei dois meses lidando com uma agência ***, fazendo tudo que era necessário, "achando" que tava tudo certo, que eu tinha uma família incrível e, de repente, não tenho mais nada. Estou no zero again.
E, acreditem se quiser... até hoje a agência NUNCA nem entrou em contato comigo para me dar essa notícia rs. Nem isso! Aí eu fico pensando, imagina estar na Holanda e precisar de algum suporte deles? Deus me free, Deus nos free! Por isso, gente, que eu aconselho a pesquisar muito bem uma agência, porque, SUPORTE e RESPEITO, penso ser o mínimo que eles devam nos oferecer. No meu caso, a agência era da família, não fui eu quem escolhi. Mas, para quem escolhe, muita atenção pra não pegar uma tranqueira dessas. Por motivos óbvios, eu não vou escrever o nome da agência aqui publicamente.
Muitas vezes, passamos situações em que achamos que o mundo vai acabar. Eu fiquei mal porque já estávamos quase em Julho e eu queria embarcar entre setembro e outubro. Achei que não ia dar tempo de fazer tudo de novo. Sem contar a preguiça de começar todas as buscas novamente, receber todos os "nãos" outra vez, passar todos os cagaços a cada entrevista de inglês haha. Ai, que preguiçaaaa!!
Maaaas, quando eu quero uma coisa de verdade, e foram pouquíssimas as vezes em que eu quis algo na minha vida com tamanha intensidade, eu sigo até conseguir.
Então, sofri por um dia. No outro, levantei e comecei tudo de novo...


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