sábado, 29 de setembro de 2018

O perrengue da passagem =(

A minha host mom não tinha agência, então, ela entrou para a que eu já tinha o processo iniciado, como forma de facilitar. Ela procurou a HBN e fez todo o procedimento. Em pouco tempo, já estávamos com todos os documentos prontos. Nesse momento, a agência me solicitou comprar as passagens; eles perguntaram se eu pagaria minha própria passagem ou se preferia pagar pra eles comprarem e se encarregarem de remarcar a volta. Cobraram 934 euros. Como eu não tinha esse valor pra pagar à vista, disse que eu mesma compraria, assim poderia dividir no cartão de crédito da minha mãe.
Pesquisei bastante na internet, valores e condições, inclusive a política de remarcação de passagem de cada companhia (que é muito importante pra gente que precisa remarcar a volta, já que nenhuma companhia aceita a volta pra daqui um ano e, algumas, depois, cobram um absurdo pra remarcar a passagem). Enfim, minha escolha foi a TAP. Estava com um valor legal (R$3880,00) e mais 75 euros pra quando fosse remarcar a volta.
Como eu estava pesquisando várias coisas, acabei fechando essa aba e depois reabri uma da TAP, pesquisei mesmo dia de embarque, retorno e tals. Dessa vez, o valor estava aparecendo em euro pra mim, mas aí eu abri o conversor de moedas no google e, convertendo para o real, estava dando os exatos R$3880,00. Pensei: "Beleza! Vou comprar.". Peguei o cartão da minha mãe e fui digitando todos os dados que me foram solicitados. Ao terminar... cliquei em "comprar". Nesse exato momento, minha mãe chegou e perguntou se eu tinha conseguido dividir em 12x. 
Maaaanooooooo! Que desespero que me deu. Eles - o site - nem perguntaram em quantas vezes eu queria dividir. Não teve essa pergunta. Liguei imediatamente pra TAP e eles me informaram que quando um valor aparece em euros e você aceita comprar, não há parcelamento no cartão de crédito, é apenas em 1x. Por isso o site nem me perguntou. Já se tivesse em reais (como na primeira aba que eu estava pesquisando, à princípio) eu poderia dividir em 12x. Não me perguntem porque uma aba apareceu em reais e, a outra, bem na hora que fui comprar, apareceu em euros. Talvez seja ignorância minha, mas eu achei que se os valores eram os mesmos e o site era o mesmo, então tanto fazia eu comprar no que estava em real ou no que estava em euro. E, nessa, me ferrei!
Liguei pro cartão de crédito pra cancelar a compra. Eles disseram "ok, pode efetuar o cancelamento, porém esse valor será cobrado na sua próxima fatura e, somente no mês seguinte, reembolsado". Aí eu pergunto o que ia adiantar esse cancelamento se a gente ia precisar ter o dinheiro pra pagar de qualquer maneira e ainda correr o risco deles inventarem algo ou enrolarem para reembolsar o dinheiro no outro mês? Além de que eu ia ter quer comprar outra passagem e o limite de crédito do cartão ia estar insuficiente devida à primeira compra.
Decidimos manter a compra. Mesmo sem saber de onde íamos tirar tanto dinheiro para pagar a conta à vista.
O clima em casa pesou. Mas pesou bonito mesmo.
Eu me senti um bagaço! Além de ter 29 anos e não ter grana pra bancar meu sonho - de sair fora do Brasil - (porque eu não tenho dinheiro e quem fez tudo por mim foram meus pais), eu ainda faço uma bobagem dessas. Fosse na inocência ou não, eu me senti muito culpada. E, por menos que quisessem demonstrar, meus pais também meio que me fizeram sentir ainda mais na merda. Resultado: clima ruim em casa, todo mundo de cara feia, preocupada e angustiada. Um momento que era pra ser de extrema felicidade, se tornou um momento de ansiedade e angústia.
Meu pai tinha uma graninha pra receber no trabalho dele, umas férias atrasadas. Dinheiro esse que ele tava postergando pra receber porque queria usar pra realizar um plano dele.
Não foi bem pra realizar o plano dele, mas ele solicitou receber esse dinheiro e pagou a fatura do cartão de crédito - e, a coisa ficou ainda pior quando a fatura chegou - de R$3880 foi pra R$4300 - porque a cotação da moeda que eles cobram não é a do dia da compra e, sim, a do dia do fechamento da fatura; e, pra minha infelicidade, o euro estava mais caro no dia do fechamento do que no dia da compra. Além disso, veio cobrando também o valor do IOF - que eu nem sabia que existia (lerda, né?) e, muito menos, que fosse tão alto.
E, nessa, foram 400 reais a mais.
Apesar do climão, estava paga a passagem, graças a Deus (e aos meus pais)!
Eu tenho uma grande tendência a me sentir culpada. Me sinto culpada por qualquer coisa que aconteça. Acho que é algum tipo de herança genética/espiritual por parte da família da minha mãe. E, eu sigo diariamente tentando quebrar esse padrão de pensamento e comportamento.
Se me sinto triste, a culpa é minha.
Se vou em algum lugar com amigos e o lugar é ruim, a culpa é minha.
Se alguém está perto de mim e está irritado ou não está se sentindo bem, a culpa é minha.
Se comprei passagem de maneira errada, claro, a culpa é minha também.
E, vou te dizer, quem sente sabe que é verdade: CULPA é um sentimento horroroso.
Mas, ok, culpa não é o enfoque desse post... haha. Afinal, não quero também me sentir culpada se você parar de lê-lo!
Eu só queria mesmo contar do "rolê" que foi essa compra da passagem. Dizer para nunca acharem que podem comprar parcelado quando a moeda estiver em EURO. E, se comprarem, lembrem-se de que vai ter também o tal do IOF.
No fim, deu tudo certo. E, como boa poliana (aquela que vê o lado positivo de tudo) que sou, o bom é que meus pais não vão ter uma dívida mensal alta por longos 12 meses, porque já está 100% pago.
Netherlands, aí vou eu em 18 de Outubro!


terça-feira, 25 de setembro de 2018

Meu match, meu presente de aniversário!

Você pode sempre renascer, não importa onde esteja.

Minha intenção nunca foi me cadastrar em alguma agência, num primeiro momento. Eu queria encontrar família no aupairworld, ter o "match" e só então entrar pra agência que já fosse da família. But... devida a experiência traumática que contei no último post, eu decidi que me sentiria mais segura me cadastrando em alguma agência e fazendo tudo com a ajuda deles, desde a procura por famílias, até o match, o embarque e o suporte enquanto eu estivesse por lá.
Minha escolha foi imediata - HBN - Huisje Boompje Nanny. Escolhi por "n" motivos, dentre eles, que eu sempre só li coisas boas a respeito deles e estava em contato com meninas prestes a embarcar e que esbanjavam satisfação com o apoio que a agência oferece.
Sério, foi minha melhor escolha! As representantes da HBN no Brasil são EXTREMAMENTE competentes no que fazem. Em especial, a Nadja. Eu não sei, mas ela tem uma luz, uma energia boa, solicitude, empatia e rapidez, que me encantaram desde a primeira vez em que eu falei com ela.
A HBN divide o processo em 4 fases:

1) Introdução - Entrega de comprovante do pagamento de 34 euros da inscrição, interviewform, cartinha para a host family, fotos/montagens, agreement e passaporte.
2) Entrevistas em português e inglês e contato com as referências. Perfil enviado a HBN NL para análise e aprovação. Em caso de aprovação, skype com HBN NL.
3) Matching e documentos. Seu perfil estará disponível para famílias. Enquanto isso você providenciará: Antecedentes IND, antecedentes Polícia Federal, Important details, non marital, healthform e exames (HIV, tuberculose, hepatite A e B e gravidez).
4) Match e visto!!! - Pagamento da contribuição de 800 euros (pode ser mais ou menos, dependendo do período) ou compra da passagem por sua conta. Via recente da certidão de nascimento, apostilamento e tradução. Comparecimento ao consulado de São Paulo para o processo de visto.

Completei a fase 1 e, estando na fase 2, agendamos as entrevistas em português e, em seguida, a entrevista em inglês.

Enquanto eu fazia o processo com a agência e, nesse tempo eu ainda podia continuar online no aupairworld, eu segui paralelamente buscando famílias por lá.
Consegui uns dois skypes, onde uma família nunca nem me deu um feedback e, a outra, não me aceitou porque tomo medicação controlada de uso contínuo. Isso me deixou bem chateada quando aconteceu, porque é horrível sentir que algo te limitou, por mais que você se sinta altamente capaz.
Eis que eu conheci uma italiana que mora na Holanda há alguns anos. É mãe viúva, com um boy de 6 aninhos e eles moram em Leiden, que é uma cidade universitária muito fofinha.
Mewww!! Ela tava procurando alguma menina da União Européia, mas rolou muita sintonia entre a gente, embora no primeiro vídeo eu tenha entendido só uns 30% de tudo que ela falou em inglês haha (to rindo agora, mas na hora rolou desespero rs). Bem, ela não se importou com isso e disse que se eu realmente fosse a nova au pair, nós estudaríamos juntas para que eu melhore (fofa, né?!).
Fizemos mais dois vídeos, sendo que no último era uma terça-feira antes do meu aniversário, que seria no próximo domingo. Nesse vídeo, eu disse pra ela (com o charme do meu inglês rs) que domingo seria meu aniversário e que o presente que eu mais queria ganhar na vida era o mach com a família dela. Hehe, tô ligada que eu fui meio ousada, mas ela riu do meu jeito espontâneo e disse algo do tipo "Ok, let's see ... Sunday I'll give you an answer then".
Pensem no grau da ansiedade que eu fiquei!! E não para por aqui. A ansiedade conseguiu aumentar...
É que no dia seguinte eu recebi o retorno da HBN dizendo que eu não havia passado no teste de inglês. Que eu poderia tentar refazer quantas vezes quisesse, dentro do período de 1 ano. Mas, que sem passar nesse teste, eu não ficaria online para encontrar famílias.
Gente, daí sim eu fiquei perdidona nos sentimentos... fiquei com medo de não ter o match com a italiana e, ao mesmo tempo, não poder estar online pela HBN. E, convenhamos, essa coisa de não passar no teste de inglês (que parece que todo mundo passa) deixa a gente se sentindo meio "sou bosta".
Sobrevivi àquela semana (de terça a domingo). No domingo, umas 10h da manhã, a hosta me mandou mensagem escrita desejando parabéns e tals. E, perguntou se eu teria um tempinho pra uma pequena vídeo chamada. "MAS É ÓBVIO QUE SIM, TODO TEMPO DO MUNDO" - respondi. "Desde que resolvamos essa angústia interna que eu tô sentindo e eu possa comemorar na paz do senhor Jesus esse meu aniversário de 29 anos" - pensei, rs.
Ela tava no meio do Mar Mediterrâneo, em um barco, quando me ligou (Pois é!). rs... e perguntou, rindo, se eu ainda estava disponível, porque ela gostaria que eu estivesse com eles no meu próximo aniversário! Eu era a nova au pair! Uhuuuullllll!!! Isso que é presente de respeito! Chorei, ri, nem conseguia falar direito. Agora, sim, eu tinha uma família cheia de amor e que me aceitou exatamente como eu sou.
Foi o melhor aniversário da minha vida.
Só vai perder pro próximo, que será na Holanda.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

O match

Não vai lendo achando que esse é um capítulo feliz. Não, não é. Mas foi um capítulo bem fundamental para que eu chegasse à felicidade que estou sentindo hoje. Foi desesperador? Foi! Mas valeu.
Dia 29/04/18 tive meu match. Uma família linda! Papai, mamãe, um boy de 4 anos e uma girl de 3. As kids pareciam aquelas de cinema, sabe? E, os pais eram também muito bonitos e simpáticos. Moravam numa casa maravilhosa, na cidade de Den Bosch. Eu achei tudo incrível, fiquei naquela felicidade de ter uma família, as condições que eles me ofereceram também eram bem legais, enfim... feliz! E o embarque era pra meados de Setembro.
Tão logo, a agência deles entrou em contato comigo para dar início ao meu processo. Já achei difícil, no começo, pois a agência não tinha nenhum representante brasileiro. Então, todas as POUCAS informações que eu conseguia fazer com que eles me passassem eram em inglês.
Ficava bem angustiada porque eles demoravam bastante pra responder meus e-mails. E eu acho que nesse momento, qualquer uma de nós precisa de atenção e esclarecimentos para se sentir um pouco mais segura. Não foi isso que tive com eles.
Agendaram minha entrevista em inglês, com a dona da agência, para uma quinta-feira, mais ou menos no nosso horário de almoço. Ok, lá estava eu toda ansiosa na frente do computador e a entrevistadora apareceu após 1 hora de atraso (juro!). Fizemos cerca de 30 minutos de entrevista, tempo suficiente para ela demonstrar descontentamento com o meu inglês (ficou incomodada) e questionar meu uso de medicamentos controlados - coisinhas que já me deixaram cheia daqueles medos, inseguranças e tals. Eis que pra piorar minha ansiedade, ela perguntou se poderíamos terminar a entrevista no dia seguinte (sexta-feira). E eu ia dizer o que? Respondi "Claro!".
No dia seguinte, sexta, no horário combinado, estava eu novamente a espera. Alguns minutos de atraso, horas... e horas... e horas... bem, já deu pra perceber que ela não apareceu, né?! Eu até mandei uma mensagem questionando, dizendo que eu estava aguardando. Mensagem essa que foi visualizada e não respondida.
Vejam bem a situação! Depois de reagendar a entrevista pra um outro momento, a pessoa não apareceu e não deu satisfação nenhuma. Eu passei o sábado, o domingo e a segunda (porque foi feriado na Holanda e nada funcionou) na angústia sobre o que poderia ter acontecido. E, claro, nesse momento só passa ideia atravessada na cabeça, né?! Tipo que eles iriam me recusar (sim, pensava isso mesmo já tendo tido o match com a família), que iam dizer que com esse inglês não posso ir, que não aceitam quem toma medicação e blá blá blá.
É claro que eu contei pra minha host mom o que tinha acontecido e ela também não gostou e disse que procuraria a agência na terça-feira cedo. Foi o que ela fez.
No fim das contas, fizemos a entrevista, a entrevistadora se desculpou brevemente (bem brevemente, rs!) e seguimos com todo o processo. Daquele jeito... eu conseguia mais suporte nos grupos de facebook do que da agência.
Fiz tudo que me pediram, todas as etapas. E, enquanto isso, ia conversando com frequência com a família, fazendo vídeos, trocando fotos, tudo bem agradável.
Era fim de Junho quando chegou o momento em que a próxima etapa do processo era eu comprar a passagem para a agência poder aplicar e meu visto. Foi quando a host mom entrou em contato comigo (super desconcertada) dizendo que não poderia me receber porque ela e o marido estavam se separando e não seria o melhor momento para hospedar uma au pair.
Oi? Fiquei dois meses lidando com uma agência ***, fazendo tudo que era necessário, "achando" que tava tudo certo, que eu tinha uma família incrível e, de repente, não tenho mais nada. Estou no zero again.
E, acreditem se quiser... até hoje a agência NUNCA nem entrou em contato comigo para me dar essa notícia rs. Nem isso! Aí eu fico pensando, imagina estar na Holanda e precisar de algum suporte deles? Deus me free, Deus nos free! Por isso, gente, que eu aconselho a pesquisar muito bem uma agência, porque, SUPORTE e RESPEITO, penso ser o mínimo que eles devam nos oferecer. No meu caso, a agência era da família, não fui eu quem escolhi. Mas, para quem escolhe, muita atenção pra não pegar uma tranqueira dessas. Por motivos óbvios, eu não vou escrever o nome da agência aqui publicamente.
Muitas vezes, passamos situações em que achamos que o mundo vai acabar. Eu fiquei mal porque já estávamos quase em Julho e eu queria embarcar entre setembro e outubro. Achei que não ia dar tempo de fazer tudo de novo. Sem contar a preguiça de começar todas as buscas novamente, receber todos os "nãos" outra vez, passar todos os cagaços a cada entrevista de inglês haha. Ai, que preguiçaaaa!!
Maaaas, quando eu quero uma coisa de verdade, e foram pouquíssimas as vezes em que eu quis algo na minha vida com tamanha intensidade, eu sigo até conseguir.
Então, sofri por um dia. No outro, levantei e comecei tudo de novo...


sábado, 15 de setembro de 2018

A decisão de ser au pair e as 1001 dúvidas


Eu não fui conhecer o programa de Au pair só aos 28 anos. Eu conheci o programa em 2014, quando eu ainda podia aplicar pros EUA - e foi o que eu fiz naquela época. Como nesse tempo eu estava separada do meu ex-marido (a gente foi e voltou tantas vezes que nem sei dizer rs) e, pra variar, perdidona, eu procurei a World Study da cidade em que eu morava, paguei, fiz todo o processo e, por fim, fui recusada porque eu tomava (e ainda tomo) medicação controlada para ansiedade.
Aquilo me deixou no chão. Me sentindo muito mal e me sentindo culpada pelo meu próprio "fracasso", porque eu dependia dos remédios e eles me limitaram. Um tempo passou, voltei com o ex e guardei o sonho no bolso "one more time", até porque, como eu tinha sido recusada, na minha cabeça, aquilo era uma ideia perdida. Ah, e antes que alguém questione: "Nossa, mas não era mais fácil você ter se esforçado e parado os remédios?".... Bom, quem faz tratamento e entende o mínimo desses probleminhas emocionais sabe que eles são tão sérios quanto qualquer outra doença física e que exigem um tratamento certinho e bastante atenção e carinho consigo mesmo.
Como eu escrevi no primeiro post, em Janeiro desse ano (2018) tive o insight pra picar a mula do Brasil e mudar minha vida. Ao pesquisar no google, o único intercâmbio que me seria viável financeiramente seria o de au pair, embora não pudesse mais ir pros EUA, porque já tinha passado dos 26 anos. Mas, beleza, nunca fiz mesmo muita questão de ir pra Terra do Tio Sam.
Além disso, eu descobri algo tão mais feliz: que na Europa também havia oportunidades para ser au pair. E o que é melhor, alguns países aceitam até os 30 anos! 
Esse período de pesquisas sobre possibilidades e possíveis barreiras impeditivas foi meio agoniante pra mim, porque pra au pair na Europa eu achei as informações bem mais reservadas, mais difíceis de achar do que para os Eua. Pra começar, pelo que entendi, não são todos os países da Europa em que o programa de Au pair é legalizado para nós, brasileiras. Alguns dos países em que o programa é legalizado são: Alemanha, França, Holanda, Finlândia, Noruega, Dinamarca, Suécia e Islândia. Nos demais países, também há bastante au pairs, mas aí cada um por sua conta e risco, além de que alguns países só aceitam até os 26 anos (inclusive alguns desses que citei como "legalizados para brasileiras"), exigem comprovar alguma quantia de dinheiro em conta (que eu não tenho), muitos gastos com pagamento de curso, visto, seguro saúde e etc. Tudo isso muito fora da minha realidade.
Depois de muito pesquisar e conversar com pessoas, eu fui estudando as possibilidades e acabei perdidamente apaixonada pela Holanda, que oferece condições ao meu alcance, além de que é um charme o país, né, gente? Em pouquíssimo tempo, eu tinha certeza que ia morar naquele lugar! Sentia dentro do coração que era o caminho certo a trilhar.
O programa de au pair é legalizado na Holanda (isso é muito importante pra mim), a host family paga seu visto, seu curso, seu plano de saúde e um salário que varia de 300 a 340 euros. Ou seja, a au pair tem basicamente o custo da passagem e umas coisinhas como apostilar e traduzir a certidão de nascimento (menos de 500 reais).
Beleza, tava decidido!
Mas o que fazer agora, né?! Entrar numa agência? Procurar no site da Aupairworld (um site gratuito em que as famílias buscam au pair e as au pairs buscam famílias - é basicamente um Tinder "auperiano"), como eu vi muitas meninas recomendarem? Será que iam aceitar meu status de "divorciada" (porque eu vi que eles dão uma frisada na exigência "ser solteira" e, por mais que eu tenha certeza de que sou "free", na porcaria do papel consta "divorciada" haha)? Será que iam aceitar meu inglês meio bosta? Será que me barrariam pelos remédios? Será que eu ia encontrar uma família? Atentem para o detalhe de que famílias holandesas normalmente preferem as meninas da própria União Européia para terem menos gastos. 
Enfim... Será? Será? Será?
Meti a boca no mundo. Se vocês me pesquisarem nessas lupinhas de grupos de au pair no facebook, vão descobrir "A louca das perguntas" rs... perguntava mesmo! Sobre tudo. E foi assim que fui esclarecendo muitos pontos. Inclusive, sou muito grata a cada ajudinha que recebi, cada pessoa que compartilhou o que sabia comigo.
Estando tudo ok para os pontos mais relevantes (podia ser divorciada, podia tomar remédio - porém mais tarde descobri que depende rs - e podia dar sorte de alguém aceitar meu inglês), só fui! Comecei a agir.
Decidi num primeiro momento fazer meu cadastro no aupairworld e procurar famílias por lá. Daí dando match eu entraria pra agência da família e daria tudo certo.
Meu perfil ficou maneiro, pelo menos eu acho. Como fui professora, tinha bastante fotos com as kids. Contudo, me deparei com a realidade. Poucas famílias buscando brasileiras para a Holanda. Parti, então, pra dica que uma miguinha deu em algum grupo de face por aí, que é a seguinte: quando for fazer uma busca, coloque que você é de algum país europeu; daí vão aparecer dezenas de famílias. Para as quais você se interessar, envie mensagem dizendo que você é brasileira, mas acredita que o perfil de vocês combina.
Foi o que eu fiz. O resultado foi: incontáveis "NÃO", incontáveis "LIDO E NÃO RESPONDIDO (ou seja, ignorado haha), algumas conversas que não foram pra frente, uns 2 skypes com famílias que não deram em nada e, finalmente, o MATCH!
Ah, o match...!

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Eu, eu mesma e minha vida

Depois de uma péssima semana, hoje tá tudo suave, a chuvinha tá caindo lá fora, meu ser está em paz e, nada melhor que essas condições para dar início às postagens do blog - minha mais nova criação.
Então que eu decidi começar do começo, falando um pouquinho de mim e da minha história (resumidamente, claro, se não a gente ia inteirar umas 15 páginas e ninguém quer isso aqui haha).
O meu objetivo com o Blog, por mais que tenha gente que ache brega e passado (sorry, mores, mas eu sou da época em que blog era sucesso nas paradas), eu optei por esse recurso, primeiramente, porque me sinto feliz escrevendo. Não sei se escrevo bem ou mal mas sempre achei que me expresso melhor pelas palavras escritas do que pelas ditas. E, o segundo objetivo, não menos importante que o primeiro, é talvez conseguir ajudar, inspirar e motivar outras pessoas que de repente podem se identificar com a minha vida.
29 anos, divorciada (sim, eu sei que é bizarro! Quando digo isso, parece que tenho 20 anos a mais), formada em Pedagogia (até hoje não sei porque fiz essa escolha, digamos, peculiar, mas o lado bom foi que eu conheci minhas melhores amigas nessa facul), com uma pós em Letras e fui professora por 5 anos para crianças de 3 a 10 anos de idade.
Infeliz com o caminho em que eu estava, pedi demissão; e, mais perdida ainda, entrei na Administração, aventurinha que durou só um ano e eu já sai também.
E daí que eu não fazia (e cá entre nós, continuo não fazendo) a mínima ideia de qual era/é minha vocação/talento/profissão/ocupação ou seja lá como quer chamar. Sempre me senti assim, perdida! Via amigos se formando, exercendo suas profissões, ganhando dinheiro... não que eu tivesse a ilusão de que todas as pessoas do mundo são felizes com seus empregos, mas pelo menos eles estavam em algum lugar e de alguma forma ganhando um dinheiro, que proporcionava coisas boas (lazer, roupa, saúde, etc). E, eu, continuava sem fazer a mínima ideia de que rumo tomar.
Já com meus 24/25 anos, decidi investir na área de eventos e me especializei em assessoria e cerimonial de casamentos. Abri minha empresa, fiz muitos cursos e a coisa começou a deslanchar! Tava dando certo. Certo! Mas não aquele certo pra alcançar a independência financeira, sabe?
Mas, como eu era casada, meu ex-marido sustentava a casa e eu tinha meu dinheiro pra mim. Era confortável. Até o dia que não foi mais confortável...rs. Eu me separei. No dia 11 de Abril de 2016, depois de 13 anos junto com ele (comecei com 13 - pasmem!) estava eu voltando pra casa dos meus pais, em outra cidade (que fica no fim do mundo, por sinal - uma pequena cidade, pra onde eu sempre temi ter que voltar, e aconteceu), com uma mão na frente e outra atrás. 
Com o tempo vi que não era TÃO fim do mundo voltar pra minha cidade (era só um pouquinho). E que era necessário pra mim, naquele momento, receber o apoio dos meus pais e família; e que bênção eu tê-los! Sai muito novinha de casa (com 17) pra estudar, logo comecei a trabalhar e já casei. Então, de certo modo, foi como se eu precisasse ter voltado pra casa pra resgatar o que ficou perdido há alguns anos. 
Entrei numa nova faculdade (de Eventos), continuei fazendo os casamentos (que continuavam não me trazendo independência financeira, embora eu adorasse fazê-los e fosse boa naquilo), tentei a todo custo fazer vários amigos e me sentir pertencente a uma turma, mas não deu certo. Fiz apenas alguns pouquíssimos amigos, mas dos bons! Inclusive, um deles me ensinou uma das melhores coisas da vida e que vou levar pra sempre: beber cerveja.
Enfim, uma vida normal. Mas aquele buraco no peito continuava. Eu queria me encontrar, me sentir motivada, animada com algo, tendo um objetivo que eu considerasse digno de orgulho. Na verdade, meu lance sempre foi esse... tentar me amar, me orgulhar de mim e da minha história.
E, foi então que em Janeiro/2018, eu tava assistindo um filme nada a ver com o assunto (Uma Linda Mulher) e tive um insight: Se eu não gosto da minha vida e não gosto de onde eu estou, eu preciso fazer algo diferente para colher resultados diferentes, do contrário, vai continuar tudo igual. E, abri o notebook, comecei a pesquisar possibilidades de mudança para o exterior (porque sempre tive essa cisma de que eu queria viver a experiência de morar fora) e a única opção viável pra mim - financeiramente - era o programa de Au pair.
Buttt, esse texto tá muito longo e vou deixar pra escrever sobre a descoberta da realidade "auperiana" num próximo post.
Beijos de luz! =)