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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

São tempos de despedidas!

Tá acabando, porraaaaa!!!
Em 4 dias! Ahh, coisa mais linda, vou poder andar de pijama pela casa, cozinhar e comer o que eu quiser, na hora que eu quiser, quanto eu quiser, rolar pro chão com meu cachorro, sentir calor, poder tomar todo tipo de remédio que eu precisar (na Holanda, só existe paracetamol), não ter ninguém sendo estúpido dentro de casa, escutar e falar A MINHA LÍNGUA! Poder me expressar direito EM PORTUGUÊS! Beber cerveja gelada! Resumindo… ESTAR EM CASA!
Tá em letras grandes pra reforçar que uma das coisas mais difíceis pra mim nesse Intercâmbio foi morar na casa dos outros. Misericórdia! É insuportável não estar em casa, não se sentir em casa e ter que ficar de mimimi que aupair é parte da família. "O cú" que é parte da família! Não mesmo!
But, entre altos e baixos (na minha língua de pessoa exagerada e extremista, entre picos e buracos), eu tive um ano incrível aqui! Vivi tudo e mais um pouco, sempre no limite. Os momentos bons, em que me sentia explodindo de alegria e, os momentos de bad, quando parecia que ia morrer de tanta tristeza. Foi TUDO too much.
Me apaixonei mil vezes, sofri horrores com cada "fim" (entre aspas porque nunca começou né, migas?! Só na minha mente!), tive incontáveis dates, viajei pra 12 países, sozinha e com amigas. Cai de bike. Deixei a bolsa na estação de trem e vim embora pra casa (só descobri quando não encontrei o controle pra abrir o portão). Visitei mais de 20 cidades dentro da Holanda. Engordei, emagreci, engordei. Me estressei com a minha host um milhão de vezes e também torci por ela outro milhão de vezes. Me afastei de amigas, fiz novas amigas e mais novas amigas… fumei muita maconha! Perdi alguns trens. Me questionei "Por que não eu?" e também "Por que comigo?". Causei em baladas dançando muito funk brasileiro ou cantando no karaokê. Vi a neve pela primeira vez. Passei muito frio e também muito calor (eles têm um total de 0 estrutura pra tempo quente). Me despedi de muita gente que eu gostava e que se foi antes de mim, deixando saudade...
Acho que de tanto, chegou um momento em que eu cansei. E, quando já estava cansada, ainda passei por um "fim" conturbado com um holandês e isso me trouxe um cansaço emocional ainda maior. Uma vontade só de ir embora, sabe?
Eu acredito que o que a gente sente vai com a gente onde quer que a gente vá. Mas acho que algumas coisas, tipo esse cansaço de já estar aqui há quase um ano, pode sim ser resolvido com a volta pro lar. O colo dos seus pais. A alegria dos amigos. A euforia do seu filho cão. A comida da mamãe. A sua língua. Sua cultura. Seu espaço. Sua liberdade.
"Ahhhhhh…. Porque o Brasil tá uma merda!",  "Porque o Bolsonaro é um lixo de presidente", "Porque não tem emprego.", "Porque tá tudo caro.".E blablabla...
Tá bem. Pode ser verdade, acho que é! Mas no que seu ódio ajuda?
Então, tava falando… minha vontade de ir pra casa chegou! Mesmo que recomeçar seja tão amedrontante! Medo de não ter amigos, de não ter com quem sair, de me acharem feia (porque engordei bastante nesse tempo aqui), de não ter emprego, de ficar injuriada e tantas coisas mais. Porque, na real, eu não faço nenhuma ideia do que fazer da minha vida ao retornar. Mas eu creio e espero que algo de muito maravilhoso me será possível. E tô aí, aberta!
Ser aupair é uma experiência incrível. É aprendizado, amadurecimento, progresso, conhecimento, socialização e tudo. Mas tá pra nascer classe pra passar mais perrengue que a nossa. É MUITO perrengue!
Você precisa ser forte! Precisa aguentar. É você por você. Apesar das amizades, se você não segurar sua barra, às vezes, ninguém pode segurar. Não por mal, não por nada. Mas porque tá todo mundo no mesmo barco tentando fazer seu melhor e se manter firme, em pé.
Às vezes, pela janela do trem, fico vendo tudo passando bem rápido (rápido tipo a vida mesmo, tipo esse ano) e tento forçar meus olhos pra ver tudo, pra não perder nada. Tiro fotos que nunca vou ver, de paisagens, só pra garantir que se um dia eu esquecer tudo que vi, eu posso olhar pelas fotos. Posso me lembrar do quanto minha vida é extraordinária.
Porque pra mim as coisas são um flash. Esqueço tudo rápido, coisas boas e coisas ruins. E, como bem me conheço, daqui a pouco tô resmungando por aí, dizendo que minha vida é monótona, que não acontece nada e etc.
Não!!! Toda vez que eu sentir isso, preciso olhar as fotos e relembrar de que em um ano aqui aconteceram coisas (internas e externas) pra mais de 84 anos (adoro usar esse número do meme do Titanic hehe).
Dentre essas coisas, coisas que só quem é/foi aupair na Holanda pode entender.
❤️Tipo usar o banheiro do trem pra economizar 70 cents. E sair com a perna toda mijada mas com 70 cents salvos.
(Porque aqui você paga pra ir ao banheiro em 95% dos lugares)
Ou, tem a opção de ir na Primark pra usar o banheiro.
❤️Beber água de qualquer torneira, inclusive dos banheiros. Ou seja, se você decidir pagar os 70 cents pra algum banheiro, já aproveita pra encher sua garrafinha (e poupa 2 euros da água comprada no supermercado hehe #aupairlife=nosso lema é economia). Menos o banheiro da Primark, porque lá a água da torneira é quente (acho que fazem de sacanagem rs).
❤️Ir na Tonnys em Amsterdam comer chocolate de graça (quem não sabia, pega essa informação).
❤️Sair que nem maluca "roubando" comida dos hosts quando eles não tão em casa.
❤️Sair de um date frustrada porque apesar de ter sido legal o holandês não te beijou (mas isso é que é normal pra eles: não beijar no primeiro encontro).
❤️Instalar 5 apps de relacionamento (fica a dica de alguns aqui: Tinder, Happn, OkCupid, Bumble) pra ver se dá jeito na coisa, mas só se complicar cada vez mais e mais.
❤️Não saber falar o nome do cara que você tá saindo haha
❤️Viajar 3576335 horas de ônibus pra conhecer outros países, porque é o que dá pra pagar - ônibus.
❤️Ter ranço dos seus hosts pelo menos umas dez vezes durante o ano (ok, tem algumas excessões, mas são bem poucas).
❤️Pensar ao menos uma vez em desistir e onde você tava com a cabeça quando decidiu fazer isso.
❤️ Muitas coisas mais...
❤️❤️❤️E, não pra todas, mas pra muitas e, especialmente, pra mim, nesse momento, se sentir feliz quando chega a hora de dizer "tchau" e até quem sabe um dia.
See u, minha querida Holandinha!



segunda-feira, 29 de abril de 2019

Dublin - roteiro e dicas


Dublin me surpreendeu! Fui achando que três dias seriam muito e sobraria tempo. Voltei encantada e querendo mais uns diazinhos. Claro, isso porque não fiquei só ali no centrinho. Se ficasse só lá, um ou dois dias seriam enough.

Fiquei hospedada no hostel Abbey Court. Super recomendo. A localização é excelente, o hostel é bonito, todo grafitado, tem quartos limpos, arejados, camas confortáveis, café da manhã ótimo (nem parece de hostel hehe); a única coisa que não curti é que o banheiro era fora - e longe - do quarto. Pra alguém que precisa levantar pra fazer xixi a noite inteira e ainda estava no andar de cima de um beliche, não foi muito bacana rs.



Cheguei no aeroporto e precisei pegar um ônibus pro meu hostel. Tem um ônibus que eles chamam de express e vai direto ao centro, porém custa 7 euros. Descobri que tinha ônibus normal, que custava 3,30 euros. Peguei o número 16 e desci na O'Connell Street. Foram 30 min de ônibus e mais 4 andando até o hostel.
Uma dica é que pra pegar ônibus você precisa ter sempre moedas (e no valor exato), porque eles não aceitam notas nem cartão e, se você der moedas a mais, não te devolvem troco. Achei bem bizarro isso!

No primeiro dia, peguei um ônibus (3,30 também) e fui pra Hownt, uma vila de pescadores bem pertinho de Dublin.
Inclusive, perdi o primeiro ônibus que eu estava esperando por não ter moedas (foi aí que eu descobri sobre isso). Fui então ao mercadinho trocar dinheiro e voltei pro ponto pra esperar o próximo bonde.
Foi então que entendi realmente porque perdi o primeiro ônibus! É porque Deus ajuda a gente rs
Do meu lado, chegaram duas minas falando português e, pronto.. ganhei amigas para o dia todo! Fomos juntas, passeamos juntas e voltamos juntas.

Você deve descer no último ponto do ônibus, provavelmente onde a maioria das pessoas vão descer. E, de lá, saem algumas opções de trilhas pra fazer na beira de uns penhascos com vista exuberante.
Fizemos alguns caminhos e depois pegamos um trilha maior pra retornar à vilinha e, lá, tomar um sorvete, comer algo e relaxar.
Andamos um total de oito km. Sugiro que vá com roupa e tênis de ginástica, porque eu não fui por não saber, mas senti falta.




À noite, dei um rolê na região do Temple Bar, área boêmia e badalada de Dublin, onde uma Guinness - tradicional cerveja irlandesa - custa na média de 6 euros.
A gente (eu e uma das meninas que conheci no passeio de dia) foi no Bad Bobs Pub, um dos mais famosos, com música ao vivo, ótimo lugar para aqueles dias que você não está tão animado para uma balada (até porque tava morta de tanto andar), mas mesmo assim quer curtir um lugar agradável (até porque precisava aproveitar que estava lá rs).



No segundo dia, eu comprei um passeio para o Cliffs of Moher, o ponto turístico mais visitado da Irlanda. Comprei pela empresa Irish Day Tours, por 45 euros. - https://www.irishdaytours.ie/
Sei que tem jeito de ir por conta própria e fica mais barato, porém não sei como funciona.
As vantagens de ir com excursão é que você não se preocupa com nada. E, na volta, passaram rapidamente na cidade de Galway também.

Entrei no ônibus e uma moça me disse, em inglês, você não quer se sentar aqui, porque também estou sozinha... E eu sentei.
Aí ela seguiu perguntando de que país eu era e, no que respondi “Brasil”, ela riu e disse pra gente então falar em português hehe.
Mais uma amiga brasileira que seguiu comigo o dia todo!
Uma querida!
#imãdebrasileiros

Gostei da empresa que comprei o ticket pro passeio, motorista atencioso, educado, pontual, o único problema é que fala mais que a boca, até cantar a criatura cantou (várias músicas) - no MICROFONE do ônibus. Eu querendo tirar um cochilo e ele matracando.
Mesmo assim, achei que valeu a pena o valor!
Dica: leve lanchinhos pra comer durante o dia e vá com sapatos confortáveis.
O lugar é indescritível de lindo! Os maiores penhascos com o mar batendo lá embaixo. Perfeito!
Se você tem medo de altura, avalie se vale a pena.




Cheguei morta no hostel, tomei banho, me arrumei e fui pra uma balada que me chamaram - Dicey's. Toca altos funks, música brasileira e só tem brasileiro. Ahhh, é basicamente uma balada brasileira em Dublin. Vale a pena! Todas, escutem, todas as cervejas custam 2 euros. É muito barato!!!
Fui mas não fiquei muito porque já cheguei da Holanda em Dublin com o pé destruído, doendo muito mesmo, com bolha, calo etc. No que fui fazendo os passeios em Dublin, andando pra cassete, foi piorando, então, eu não estava aguentando nem andar direito, que dirá dançar. Confesso que também fui embora porque as duas meninas que estavam comigo se arranjaram com uns boys lá e eu fiquei aleatória rs
Mas valeu a pena conhecer!

Terceiro dia, dia de ir embora! Eu tinha só esse dia pra conhecer os pontos turísticos da cidade mesmo, porque até então não tinha visto nada ali no centro.
Só que não tava dando pra calçar sapato, de tão machucado que estavam meus pés. Então, decidi ir de chinelo mesmo hahaha
Tava ridícula? Tava ridícula.
Mas pelo menos eu conheci as coisas.



Segui a numeração do mapinha abaixo. Como vocês podem ver, tudo fica muito perto do hostel.
Sinceramente, os pontos turísticos desse centrinho não encheram muito meus olhos. Quero dizer, não achei nada muito demais. Mas, claro, vale a vivência!




O tempo fechou. E, quando entrei no bondão (número 16) pra ir pro aeroporto, foi que começou a chover!
O nome disso: sorte! Chover só quando você tá indo embora (e já calçou o tênis rs).


Fui embora feliz, cheia de novas bagagens, cenários, perrengues e ops, falando em perrengues, com cinco euros pra comer no aeroporto. Deu um hambúrguer rs
Foi o que sobrou. Isso que fiz um sanduíche clandestino no café da manhã do hostel e comi no almoço.

Dublin, RECOMENDO!
Muita gente me disse que não tinha nada pra fazer em Dublin, que três dias eram muito pra ficar lá. Preciso discordar por completo.
Claro, se você ficar só ali no centrinho, é muito, mas se você explorar minimamente um pouquinho a mais… é suficiente, ou pouco.

Uma coisa que me chamou muita atenção lá foi a quantidade de moradores de rua. Coisa que a gente não tá acostumada a ver muito pela Europa. Mas ali vi muitos e muitos, sendo que a maioria é muito jovem e também aparenta estar sempre fora de si, talvez seja o uso de álcool ou drogas, eu não sei. Mas vi rapazes, moças, até casais, sentados pelas ruas pedindo dinheiro.

Achei as pessoas muito simpáticas e solícitas.
Na realidade, parece o Brasil! Haha
Você anda na rua e escuta português TODO O TEMPO.
Parece que toda a mão de obra de serviços da cidade é formada por imigrantes. Acredito serem pessoas que se lançaram a sorte, tentando melhorar de vida. E, dentre esses, está uma grande porcentagem de brasileiros. Parece ser um caminho meio sofrido.

Vale a pena conhecer!
Enjoy the trip!