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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

São tempos de despedidas!

Tá acabando, porraaaaa!!!
Em 4 dias! Ahh, coisa mais linda, vou poder andar de pijama pela casa, cozinhar e comer o que eu quiser, na hora que eu quiser, quanto eu quiser, rolar pro chão com meu cachorro, sentir calor, poder tomar todo tipo de remédio que eu precisar (na Holanda, só existe paracetamol), não ter ninguém sendo estúpido dentro de casa, escutar e falar A MINHA LÍNGUA! Poder me expressar direito EM PORTUGUÊS! Beber cerveja gelada! Resumindo… ESTAR EM CASA!
Tá em letras grandes pra reforçar que uma das coisas mais difíceis pra mim nesse Intercâmbio foi morar na casa dos outros. Misericórdia! É insuportável não estar em casa, não se sentir em casa e ter que ficar de mimimi que aupair é parte da família. "O cú" que é parte da família! Não mesmo!
But, entre altos e baixos (na minha língua de pessoa exagerada e extremista, entre picos e buracos), eu tive um ano incrível aqui! Vivi tudo e mais um pouco, sempre no limite. Os momentos bons, em que me sentia explodindo de alegria e, os momentos de bad, quando parecia que ia morrer de tanta tristeza. Foi TUDO too much.
Me apaixonei mil vezes, sofri horrores com cada "fim" (entre aspas porque nunca começou né, migas?! Só na minha mente!), tive incontáveis dates, viajei pra 12 países, sozinha e com amigas. Cai de bike. Deixei a bolsa na estação de trem e vim embora pra casa (só descobri quando não encontrei o controle pra abrir o portão). Visitei mais de 20 cidades dentro da Holanda. Engordei, emagreci, engordei. Me estressei com a minha host um milhão de vezes e também torci por ela outro milhão de vezes. Me afastei de amigas, fiz novas amigas e mais novas amigas… fumei muita maconha! Perdi alguns trens. Me questionei "Por que não eu?" e também "Por que comigo?". Causei em baladas dançando muito funk brasileiro ou cantando no karaokê. Vi a neve pela primeira vez. Passei muito frio e também muito calor (eles têm um total de 0 estrutura pra tempo quente). Me despedi de muita gente que eu gostava e que se foi antes de mim, deixando saudade...
Acho que de tanto, chegou um momento em que eu cansei. E, quando já estava cansada, ainda passei por um "fim" conturbado com um holandês e isso me trouxe um cansaço emocional ainda maior. Uma vontade só de ir embora, sabe?
Eu acredito que o que a gente sente vai com a gente onde quer que a gente vá. Mas acho que algumas coisas, tipo esse cansaço de já estar aqui há quase um ano, pode sim ser resolvido com a volta pro lar. O colo dos seus pais. A alegria dos amigos. A euforia do seu filho cão. A comida da mamãe. A sua língua. Sua cultura. Seu espaço. Sua liberdade.
"Ahhhhhh…. Porque o Brasil tá uma merda!",  "Porque o Bolsonaro é um lixo de presidente", "Porque não tem emprego.", "Porque tá tudo caro.".E blablabla...
Tá bem. Pode ser verdade, acho que é! Mas no que seu ódio ajuda?
Então, tava falando… minha vontade de ir pra casa chegou! Mesmo que recomeçar seja tão amedrontante! Medo de não ter amigos, de não ter com quem sair, de me acharem feia (porque engordei bastante nesse tempo aqui), de não ter emprego, de ficar injuriada e tantas coisas mais. Porque, na real, eu não faço nenhuma ideia do que fazer da minha vida ao retornar. Mas eu creio e espero que algo de muito maravilhoso me será possível. E tô aí, aberta!
Ser aupair é uma experiência incrível. É aprendizado, amadurecimento, progresso, conhecimento, socialização e tudo. Mas tá pra nascer classe pra passar mais perrengue que a nossa. É MUITO perrengue!
Você precisa ser forte! Precisa aguentar. É você por você. Apesar das amizades, se você não segurar sua barra, às vezes, ninguém pode segurar. Não por mal, não por nada. Mas porque tá todo mundo no mesmo barco tentando fazer seu melhor e se manter firme, em pé.
Às vezes, pela janela do trem, fico vendo tudo passando bem rápido (rápido tipo a vida mesmo, tipo esse ano) e tento forçar meus olhos pra ver tudo, pra não perder nada. Tiro fotos que nunca vou ver, de paisagens, só pra garantir que se um dia eu esquecer tudo que vi, eu posso olhar pelas fotos. Posso me lembrar do quanto minha vida é extraordinária.
Porque pra mim as coisas são um flash. Esqueço tudo rápido, coisas boas e coisas ruins. E, como bem me conheço, daqui a pouco tô resmungando por aí, dizendo que minha vida é monótona, que não acontece nada e etc.
Não!!! Toda vez que eu sentir isso, preciso olhar as fotos e relembrar de que em um ano aqui aconteceram coisas (internas e externas) pra mais de 84 anos (adoro usar esse número do meme do Titanic hehe).
Dentre essas coisas, coisas que só quem é/foi aupair na Holanda pode entender.
❤️Tipo usar o banheiro do trem pra economizar 70 cents. E sair com a perna toda mijada mas com 70 cents salvos.
(Porque aqui você paga pra ir ao banheiro em 95% dos lugares)
Ou, tem a opção de ir na Primark pra usar o banheiro.
❤️Beber água de qualquer torneira, inclusive dos banheiros. Ou seja, se você decidir pagar os 70 cents pra algum banheiro, já aproveita pra encher sua garrafinha (e poupa 2 euros da água comprada no supermercado hehe #aupairlife=nosso lema é economia). Menos o banheiro da Primark, porque lá a água da torneira é quente (acho que fazem de sacanagem rs).
❤️Ir na Tonnys em Amsterdam comer chocolate de graça (quem não sabia, pega essa informação).
❤️Sair que nem maluca "roubando" comida dos hosts quando eles não tão em casa.
❤️Sair de um date frustrada porque apesar de ter sido legal o holandês não te beijou (mas isso é que é normal pra eles: não beijar no primeiro encontro).
❤️Instalar 5 apps de relacionamento (fica a dica de alguns aqui: Tinder, Happn, OkCupid, Bumble) pra ver se dá jeito na coisa, mas só se complicar cada vez mais e mais.
❤️Não saber falar o nome do cara que você tá saindo haha
❤️Viajar 3576335 horas de ônibus pra conhecer outros países, porque é o que dá pra pagar - ônibus.
❤️Ter ranço dos seus hosts pelo menos umas dez vezes durante o ano (ok, tem algumas excessões, mas são bem poucas).
❤️Pensar ao menos uma vez em desistir e onde você tava com a cabeça quando decidiu fazer isso.
❤️ Muitas coisas mais...
❤️❤️❤️E, não pra todas, mas pra muitas e, especialmente, pra mim, nesse momento, se sentir feliz quando chega a hora de dizer "tchau" e até quem sabe um dia.
See u, minha querida Holandinha!



quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Dos amores que descobri...

Na noite passada, enquanto ele adormecia nos meus braços, rolando de um lado pro outro, brincando com os meus dedos e me fazendo massagem com seus dedos pequeninos, eu comecei uma viagem de volta ao dia em que cheguei na Holanda.
Eu comecei a pensar em quantos amores eu descobri enquanto estive aqui.
Ele, que dormiu e, eu, que normalmente sairia correndo pra aproveitar o tempo livre, fiquei ali abraçada a ele, sentindo o cheirinho dele, naquela cama aconchegante e quentinha, ouvindo sua respiração de quem descansava seguro porque eu estava ali e comecei a pensar na minha vida ao mesmo tempo em que olhava as estrelas fluorescentes coladas no teto.
Eu sempre tive tendência de dizer que não gosto de crianças, o que pode soar bastante agressivo e contraditório pra quem foi professora por cinco anos e se propôs a fazer um intercâmbio onde a principal função é cuidar de crianças. Mas, quando eu decidi fazer isso, decidi fazer como um trabalho mesmo e pensei: "posso suportar um trabalho que não gosto por um ano!".
Só que esse menino! Ah, esse menino foi me ganhando! Mas foi lento. Eu fui bastante resistente! E eu achei que poderia sair ilesa. Eu achava que era mentira quando ouvia as outras aupairs dizendo que sentiam saudades de seus hosts kids. Achava que era história!
Os primeiros meses foram difíceis, embora eu fizesse de conta que estava tudo muito bem. Ele era mimado, birrento, briguento. Quantas e quantas manhãs e noites, antes de dormir, não assisti ele e a mãe brigando de igual pra igual.
E não me conformava com a falta de limites!
Não aceitava ele mover o mundo com seus quereres, com seus xiliques. Não entendia porque explicar todos os nãos a uma criança de seis anos e estar sujeita a sua aceitação ou não.
E, se não, vinha muita discussão! E, acreditem, italianos discutindo (leia-se "brigando") é assustador.
Bem, nem a mesma língua eu e ele falávamos!
Eu com meu inglês mais ou menos e, ele, com seu italiano e holandês.
Mas a gente foi aprendendo a se entender. Por olhar, por segredinhos trocados, por brincadeiras, por toques. Eu fui ensinando a ele todos os valores que tenho em mim. De respeito, merecimento, gratidão, empatia e acho que ele foi pegando.
Não sou Deus e obviamente não sou eu a responsável por toda a melhora dele.
Acho que é um conjunto de fatores, desde amadurecimento, tratamento psicológico, a mãe que teve um avanço emocional muito positivo (ela estava bastante abalada com o falecimento recente do marido. E, óbvio, meu kid abalado com o falecimento do pai. Natural os comportamentos mudarem!), até, humildemente falando, minha breve temporada na vidinha dele.
O fato é que me dá um orgulho imenso ver o garoto que ele é hoje! E ver ele agindo ou fazendo pequenas coisas que eu ensinei, que aprendemos juntos.
Hoje ele fala inglês. Igual o meu. Bem mais ou menos, mas fala e entende e se comunica. Não faz mais escândalo pra tomar banho todos os dias. Come verduras variadas. Dorme sozinho na sua cama. Sabe que pra fazer/ter coisas que gosta, precisa também fazer coisas não tão legais.
Muitas vezes a gente ri juntos. Jantamos no tapete quando a mãe dele tá viajando. Fazemos cosquinha um no outro. Brincamos de estalar os dedos. Futebol. Bolinha de gude. Cartas. Caretas.
Brigamos quando ele quer ganhar a todo custo nos jogos, quando ele desimbesta a falar e argumentar coisas já decididas ou quando não aceita um "não" (a propósito, sempre tive a mesma dificuldade!).
Algumas vezes já choramos juntos também, porque ele sente saudades do pai. Nesses dias, a gente só fica quietinho e ele sente o que quiser.
Ele cuida de mim mais do que eu dele! 
Quando tô triste ele quer me animar. Quando a abelha mordeu meu braço e fiquei muito ruim, ele queria me levar ao médico e disse que sabia onde era, pra eu não me preocupar.
Ele não entende porque eu tenho que ir embora. Ele diz que eu posso ficar e se eu quiser também posso trazer o Neno (meu cachorro - o qual me queixo de muitas saudades). 
Acho que ele merece muito mais do que eu normalmente ofereço mas, no momento, esse é o meu melhor. E sabe do que? Ele acha que tá ótimo. Ele às vezes fica chateado com as minhas rabugentices mas não dura 1 minuto e já tá brincando de novo, rindo e me fazendo rir.
Parece que abstrai eu ser chata com ele!
Coisa mais linda quando chego na escola pra buscar e ele me recebe com abraço e beijo. Não tem vergonha e parece não ser sentir menos por ser eu a estar ali e não a mãe ou o pai dele. Ou então quando vou levar ele na escola sem antes tomar meu café da manhã e ele me manda voltar logo pra casa pra comer. Fim de semana quando ele se preocupa em não fazer barulho porque estou dormindo. Ou quando elogia minha comida.
E, sabe, ele não se preocupa se estou magra, gorda, bonita, arrumada ou cheia de pereba. Pelo contrário. Ele quer me levar ao médico pra ver minha dermatite na cabeça e sempre dá uma olhada pra ver se tá melhor. Quando me vê maquiada, pergunta porque eu tô daquele jeito e, quando eu respondo que é pra ficar mais bonita, ele sempre faz cara de "tava mais bonita do outro jeito". Ele gosta de apertar minha barriga, brincar com as minhas partes fofinhas e, sabe… pra ele tanto faz, porque ele parece enxergar o que trago dentro de mim, na minha essência.
O nome disso é amor.




domingo, 18 de novembro de 2018

Sobre vários paranauês

Muita gente tem me mandado mensagens dizendo que tá curtindo o blog, que acompanha as postagens, pedindo pra falar como tô me virando com o inglês, como que tá sendo a rotina com o meu kid etc. E mewwww.... primeiramente, muito obrigada! Eu fico muito mega power ultra super (a exagerada!! haha) feliz de saber que alguém tá lendo isso aqui! Thanks, people!
Bom, hoje faz um mês nesse "paisinho" aqui e, manas, quanta coisa que tá passando na minha cabeça!
Eu até fiz um post no insta/face e vou compartilhar aqui com vocês pra terem uma ideia dos meus sentimentos:

Faz um mês que eu entrei chorando em um avião, primeiramente, porque eu sou dramática mesmo haha. Mas o outro motivo era um medo absurdo de ter tomado a decisão mais errada da minha vida.
Faz um mês que não vejo e não abraço minha família nem meu cachorro e nem sinto o cheirinho de carniça do bigode dele.
Faz um mês que não tomo litrão com os meus amigos nem choro bêbada no bar.
Um mês que não sinto calor nem como feijão nem a comida da minha mãe.
Nesse um mês, fui tão forte quanto nem imaginava poder ser, senti mais frio do que imaginava ser possível sentir, pedalei mais do que nas últimas cinco encarnações e aprendi a me comunicar para muito além de palavras e idiomas.
Gratidão pela minha coragem de mudar em busca da minha felicidade. Gratidão a TODO O APOIO que sempre recebi de todas as pessoas que eu amo desde que tomei essa decisão. Gratidão a tudo que "deu errado" e eu não sabia que estava dando errado só pra dar tão certo agora. Gratidão ao lugar onde eu vim parar. Gratidão a todas as pessoas que Deus pôs e põe diariamente em meu caminho aqui. Gratidão por eu não ter desistido!
Pra mudar, você "só" precisa tomar uma decisão. O resto você vê depois.


_____ ** _____

Do inglês
Olha, acho que o mais dificulta as coisas pra mim é a insegurança. Essa é uma constante em VÁRIAS áreas da minha vida e sempre me atrapalha muito. Talvez eu tenha descoberto que meu inglês não é básico. Ele é um intermediário, aquele que não te deixa passar fome, que te faz ser entendida, que te faz ser capaz de participar de dates construtivos haha (pra quem não sabe, date é encontrinho de amor...), mas, sinto que falo tudo errado as conjugações verbais, verbos auxiliares, às vezes não tenho vocabulário suficiente pra me expressar, principalmente quando estou devagando sobre algum sentimento intenso hahaha me faltam superlativos em inglês! Enfim, tô me virando, gente!
Tento reservar uma hora por dia pra estudar inglês, seja assistindo vídeos no youtube, decifrando um livro (tô lendo um livro sensacional que é uma comédia sobre a cultura holandesa, escrito em inglês - então duas utilidades em um só livro. Tô lendo a passos de mini formigas, mas tô indo...). Então, tô fazendo meu melhor, mesmo que eu sempre ache que não é suficiente.
O meu curso de inglês só começa em Fevereiro. Eu já fiz inscrição. Vou estudar na Leiden University (muitoooo rica! haha).
Mas durante todo o tempo vou acrescentar com estudos sozinha.
Eu me comunico com a minha hosta em inglês. Confesso que às vezes tenho medo dela estar ficando irritada comigo falando errado. Ela é maravilhosa pra mim, em todos os sentidos. Mas, tenho esse medo de irritar as pessoas por estar falando errado (deve ser apenas mais uma noia da minha cabeça..). O importante é não encanar. E continuar falando. Porque só vou melhorar se eu continuar falando e se as pessoas continuarem me corrigindo.
Aqui todo mundo fala holandês (que na minha humilde opinião é inviável de conseguir aprender), mas todo mundo também fala inglês. Então, isso ajuda bastante a praticar e melhorar!

Do kid(izinho) e da família
Eu tenho só um boy de seis anos. Acho que já comentei por aqui que eles são italianos. Então, meu boy fala italiano, dutch e menos que eu em inglês. Entãoooo... rs, imaginam? (Eu não falo italiano, né, mores? Falo nem inglês direito haha).
Nossa comunicação é então baseada na paciência e eu acho tão, mas tão FOFO a paciência que ele tem comigo. É um menino de seis anos e já tão gentil. Digo que ainda não é um gentleman, mas um gentleboy por enquanto.
Claro que é criança, né?! Então, faz as birras dele, às vezes briga... TODO SANTO DIA é uma guerra pra tomar banho, escovar o dente e não mexer no celular nem assistir desenhos inapropriados. rs, então eu tenho que usar minha psicologia (e em inglês). Fácil? Não. Mas, quanto mais vou ouvindo histórias de au pairs mais agradeço a Deus, porque vejo que estou no céu com essa família abençoada.
Mesmo não falando a mesma língua, nós conseguimos nos entender muito bem e sinto um carinho bem recíproco entre a gente.

Da minha rotina
Acordo 7:10, desço, preparo o café da manhã dele (muito fácil), ajudo a comer, visto roupa pra escola, escovo os dentes dele e a mãe leva pra escola às 8h30, antes de ir trabalhar. De 8h30 até às 17h estou livre (Eu sei, é muito tempo!). 17h pego ele na escola - menos às terças e sextas que ele tem natação até às 18h30 e a mãe que busca no retorno do trabalho dela - (vou andando porque são cinco minutinhos), vamos pra casa, dou banho (mas agora minha hosta disse que é pra dar só um dia sim/um dia não - haha - acho tão estranho), preparo a janta, comemos juntos; após a janta, é o "Cacota time" (momento em que ele faz cocô e em italiano isso se chama "cacota", então, eu carinhosamente apelidei o momento de Cacota time). Depois, escovamos os dentes, ponho o pijama nele e deito junto pra ler um trecho de algum livro em italiano (se eu sei ler italiano? Não sei. Mas eu leio). Daí a mãe dele chega e dorme com ele.
Eles dormem juntos. 20h30/21h já encerrei o expediente haha
Não sei se já disse isso aqui, mas aqui são só os dois. O pai faleceu em Maio de um ataque fulminante do coração. É uma situação bem delicada, sabe? Sinto sempre que estou aqui principalmente com a missão de trazer alegria pra casa, vida nova, novidades. E faço de tudo pra isso, pra cuidar deles com muito amor, porque eles merecem muito!
Gente, aproveitando o tópico, vou falar uma coisa, um conselho! Não é fácil encontrar famílias na Holanda que estejam procurando au pairs brasileiras, porque a gente sabe que saimos muito mais caras pra eles. Mas, você vai encontrar uma família! Tenha certeza. Não saiam por aí aceitando qualquer tranqueira de família porque NÃO VALE A PENA! Pensa que você vai passar um ano com essas pessoas e sua vida vai ser um inferno se eles não forem bacanas. Então, não aceitem quaisquer condições. Pensem nisso! Todo mundo merece o melhor (se você crer nisso, sure!).

De outros paranauês
Manas, pensem numa mina ruim de bike. Sou eu. A palavra equilíbrio não me pertence muito (em nenhum sentido, se é que me entendem kkkk). Enfim, minha hosta mede 1,50. Então cheguei aqui e ela me ofereceu a mini bike dela (parece de criança de tão pequenina) e eu amei, porque como ela é pequena, senti bastante confiança e comecei a ficar melhorzinha na direção. Daí há uns dias atrás decidi tentar andar na BIKONA que tem aqui. MANOOO, eu consegui e agora não quero outra coisa porque ela é muito mais rápida e ninguém mais fica rindo de mim quando eu chego nos rolês!

Aguardo os comentários de parabéns pelo meu super progresso!

O frio é algo que tem me incomodado MUITO! Acho que é mais uma questão do organismo não estar acostumado, sabe? Mas eu sinto MUITOOOOO frio, gente, chega a endurecer e doer o corpo. Eu tô com roupas direitinho, adequadas, sabe? Não era pra tá sentindo esse frio louco.
E tem duas coisas que me irritam.... ver as minas aqui usando meia calça (cara, tá fazendo 3/4 graus e elas querendo sensualizar de meia calça? Detalhe: não é fio 80 não... são aquelas transparentes mesmo!).
A outra coisa é quando um gringo vê você praticamente virando a frozzen e solta "Nossa, mas a temperatura tá boa... agora que vai começar o frio!"... haha, certeza que é pra irritar e amedrontar, porque eu só consigo pensar que não vou sobreviver quando nevar. hahaha
But, I'll survive, guys! I'm strong! ( Forte, sim! Só não tá dando pra ficar bonita, porque é meio impossível ficar bonita quando você já não é magra e põe mais 23 camadas de roupa haha, mas tá tudo bem, eu acredito na beleza interior rs!).
See u, girls!

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

14 conclusões after 3 weeks na Holanda

1. Não importa se está nevando, chovendo, fazendo sol, caindo folhas, se é dia, noite, madrugada, VOCÊ SEMPRE VAI ANDAR DE BICICLETA. O tempo e a hora nunca vão alterar essa afirmativa. E, isso incluem as crianças e até os bebês - que vejo andando dentro daquelas "caixas" puxadas pelas bikes, com tipo aqueles toldos de plástico cobrindo pra proteger da chuva. É NORMAL! (Pra eles, né?!)

Esse fato faz com que nos arrumemos para sair lindas:
  

Mas, tenhamos que sair assim (pelo menos durante o caminho):























E faz com que haja inúmeros estacionamentos de bikes como esse (Pensa se não é fácil perder sua bike aí.... se paro minha bike nisso, tenho que pôr um alarme pra encontrar depois haha)

2. Esteja você de bike ou de carro, umas das principais regras de trânsito é que quando os triângulos pintados na pista estiverem virados com a ponta pra você, você quem deve parar e dar preferência para o outro. E, sim, funciona aqui. Como tudo, eu acho... (Esse lugar parece que não tem nem grama fora do lugar! hehe)

3. Quando você disser que é brasileira, a primeira reação será sempre "Oh, nice!! So here is really cold for you!". Seguido de perguntas sobre o Rio de Janeiro (porque quase ninguém sabe que o Brasil tem outros estados rs), as praias, as bundas, o samba e o futebol.

4. A "comunidade de aupairs brasileiras" é sensacional! Eu não me senti sozinha até agora pelo fato de que estamos todas vivendo os mesmo sentimentos e sempre tem companhia para fazer coisas, alguém chamando pra algo, algum lugar novo e isso ajuda demais!

5. Os dias ruins virão. É inevitável. A saudade da família, do cachorro (no meu caso é o que mais me afeta. Eu tô tipo a "Louca dos cachorros" aqui na minha cidade. Não posso ver um que saio falando com voizinha de neném e em português e os donos ficam tipo "Hum?". Hoje mesmo uma mulher entrou na farmácia e deixou o cachorrinho dela do lado de fora, eu sai da farmácia e fiquei lá com o dog até ela voltar. Sinto que qualquer dia vão tretar comigo ou espalhar placas de "Cuidado com essa menina!" por aí, mas ok... tá valendo a pena).
Enfim, os dias ruins vêm... e eles também vão. Só ter paciência e cuidar-se com carinho. Se o seu saldo de dias bons for maior que o de dias ruins, então tá ótimo!

Esse é o dog da farmácia haha

6. O almoço não é a refeição principal deles e, sim, o jantar. No horário de almoço, normalmente, comem um sanduíche ou salada. E, a janta é super cedo. Entre 18h e 19h.

7. 9º não é frio (pra eles).

8. Albert Heijn ou AH para os íntimos é a maior rede de supermercados da Holanda. Sim, você vai ver um a cada esquina, literalmente. Têm MUITO.

9. Não sei se é ridículo da minha parte, mas eu tinha muito medo do que não encontraria aqui no que diz respeito a comida (coisa de gordinha? haha). Então, venho tranquilizá-las de que aqui tem arroz (não como o nosso e eles também não fazem como fazemos, mas dá pra adaptar e ficar parecido), tem banana, laranja,  morangos, uva, tomate, brócolis... tudo normal, viu, gente?
Feijão confesso que ainda não vi, aqui na minha host house só tem feijão branco, mas nunca ninguém fez (nem eu, até porque nunca vi panela de pressão aqui), mas quando apertar a vontade daquele feijãozinho, vou procurar saber haha.

10. Florestas. Aqui tem muito do que eles chamam de "Forest"... são mesmo umas florestas que tem no meio do nada, no meio da cidade; têm várias. Um monte de árvores, lago, às vezes, patinhos, e, o que seria um cenário de filme de terror no nosso amado Brasil (prato cheio para estupradores, ladrões, pedófilos etc etc etc...), aqui é realmente um lugar relax para "passear". Eles adoram passear nessas florestas. E, você pode inclusive passar por uma delas de madrugada (mas eu tô fora) que dizem "não tem perigo!".
Eu, plena, na Floresta.


















11. Ninguém lava louça na mão. É sério! Tudo é colocado na "Dishwasher" - máquina de lavar louças. Minha hosta riu de mim quando fui lavar copos no 1º dia. haha

12. O Halloween é uma tradição séria aqui! Achei fantástico vivenciar isso. As crianças saem todas juntas e fantasiadas pedindo doce de porta em porta e todos são receptivos e carinhosos oferecendo guloseimas. Eu amei!




13. As girls aqui são mais clássicas, básicas. Não as vejo usando muita make, na verdade, não as vejo usando quase nenhuma.

14. Não se preocupe tanto com roupas. Eles usam quase sempre a mesma a semana inteira. Só trocam a roupa de baixo, mas o casaco é sempre o mesmo. Bom, eu tenho 3 casacos (de frio) que vou revezando e alternando os cachecóis (que tenho vários) pra dar uma impressão de que troquei de roupa... Mas eles mesmos não estão nem aí. Ah, e sapatos também, quase sempre o mesmo todo santo dia.

Bem, resumindo, simplesmente venham, que isso aqui é 1º mundo! Realidade totalmente diferente da nossa. Não é porque estou aqui que estou inferiorizando nosso país não, mas é que aqui vejo o quanto ainda temos pra caminhar, vejo o quanto é gostoso não sentir medo de andar na rua, o quanto é satisfatório comprar coisas com pouco dinheiro, viajar de um PAÍS pro outro sem ser extorquida, ser respeitada pelos caras (até os caras do Tinder, inclusive haha); eu vejo a possibilidade de um futuro mais digno pras pessoas.

Vejam, até os gansos são respeitados ao atravessarem a rua. E, são organizados, pois fazem isso em fila e (quase) na faixa de pedestres. Esse é o Brasil que eu quero!

domingo, 28 de outubro de 2018

1 semana na Holanda!

Genteeeeeee, faz uma semana e dois dias que tô nesse lugar encantador e frio. Frio! Caralho! E que frio.
Eu tô atrasada pra escrever aqui, mas é que quando você chega fica tão atrapalhada das ideias, é tanta novidade, é tanta coisa pra assimilar, que parece que você não consegue se organizar direito pra fazer tudo.
Aconteceu tanta coisa desde que eu embarquei que nem sei por onde começar esse post.

Bom, minha última noite no Brasil eu passei no hospital! Sim! Eu acho que fiquei tão nervosa, ansiosa, triste (porque, sim, um dia antes de eu embarcar o sentimento que eu tinha era de "O que eu tô fazendo? Por que tô indo embora pra longe de todo mundo que eu amo?" - sensação de estar perdida mesmo) que meu corpo reagiu e eu tive uma infecção urinária super forte, a ponto de ter que ir pro hospital tomar remédio na veia e ser medicada de forma correta pelo médico. Eu senti tanto medo de não passar, de ter crise de dor no avião, de chegar na Holanda e já nos primeiros dias precisar de ajuda da hosta pra ir a um médico, ter que gastar com remédios... Enfim, uma infinidade de angústias.
No dia de ir eu tava um bagaço. Olheira, enjôo, choro. Meus pais me levaram pro aeroporto, rolaram aquelas lágrimas de despedida e eu só fui.
Não dormi nem meio segundo no vôo. Ligadaça! 10 horas no primeiro vôo e 3 no segundo. Sinto pena de quem senta ao meu lado no avião, porque eu não paro. Sem contar as mil idas ao banheiro, porque com a infecção eu tava tomando litros de água.
Fiz escala em Lisboa.
Desembarquei em Amsterdam.
Fui barrada na Polícia por estar carregando muitos remédios na mala (Meu maior medo, lembram?).
Pensem no cagaço que eu passei de ter que explicar tudo pro cara com esse meu inglês bem mais ou menos (mais pra menos que pra mais)?
Olha, não costumo me achar não, pelo contrário, mas acho que o que me salvou aqui foi a simpatia e honestidade, viu?! O policial simpatizou e ficou com "dó", rs. Deixou até eu usar o google tradutor pra me explicar haha. E daí entendeu e me liberou. Mas, mew... que medo!

Minha hosta, o irmão dela e o kid estavam me esperando com plaquinha com meu nome e um buquê LINDO de flores!


Desde o primeiro momento, me senti muito bem recebida, acolhida, feliz!
Eu tinha medo de não saber o que falar, como falar, que assunto puxar....
Tudo bobagem, preocupação desnecessária. Ah, se a gente pudesse evitar tanta preocupação desnecessária... Seria bem legalzinho!
Chegamos em casa e eu amei TUDO! Meu quarto é um encanto.
No dia seguinte, me levaram pra passear durante todo o dia, conheci lugares lindos e os melhores amigos da hosta. No outro dia, teve churrasco em casa, com os vizinhos, pra me dar boas vindas! Nesse dia do churras, eu tava triste. Sei lá, bateu bad, chorei... e minha hosta percebeu. Ela foi tão gentil que nem cabe mensurar!
Na segunda, eu já tava melhor! Nossos vizinhos nos ofereceram um jantar e me deram flores e chocolates (Gente, eu nasci pra ser mimada! haha, eu AMO!).


Bom, daí pra frente foram mil descobertas! Eu não fiquei triste mais nenhum dia.
Já conheci 3 cidades novas, fiz vários amigos, andei de trem, de ônibus, a pé, de bike (TODO O TEMPO - prepara a perninha - na chuva, no vento, com 5º e chapada), já comi o que nunca imaginei, já fui mais forte e corajosa do que jamais me passou pela cabeça que eu fosse. Já senti, finalmente, orgulho de mim!
Welcome in Netherlands!



quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Contagem regressiva: 1 semaninha!

O visto
Meu visto ficou pronto exatamente 1 semana depois em que estive no Consulado levando a documentação. Eu fui lá no dia 26/09 e em 3/10 já recebi o e-mail deles avisando que eu já podia retirá-lo.
Lá fui eu e, "meeww!", que satisfação pegar aquele passaporte com o visto holandês! Coloquei num plástico pra não molhar (porque estava chovendo e eu sem guarda-chuva) e pus na cintura. De lá ninguém tirava. Podiam tentar roubar TUDO nesse dia, mas o visto ninguém tirava de mim, rs.

Presentinhos pra host family
Quem tá acompanhando o blog sabe que minha host family é só uma mamis e um boy de 6 aninhos.
Pra ela, estou levando uma havaíanas que achei linda e um hidratante da Natura que tinha fechadinho aqui em casa.
Pro host kid, estou levando uma havaíanas do Batman (porque um dia vi ele com uma camiseta do Batman e então deduzi que ele curta hehe), um slime (aquelas massinhas modernas que parecem uma gosma, sabe?), uma cartela de adesivos do Homem Aranha e uma bandeira do Brasil (que ele pediu - Pois é, a gente aqui no Brasil com ranço da nossa pátria, devido a tantos problemas e, a criança, inocente, querendo ganhar uma bandeira).
Eu também fiz um saquinho surpresa pra cada um deles (fiz um pra mim também, claro!), com coisinhas gostosas, tipo doce de leite, bis, batom, paçoca, bala de yogurt, dadinho, pirulito de coração, sonho de valsa e etc.
A minha mãe, durante muito tempo trabalhou com artesanato em EVA, então, ela fez umas ponteiras (bonequinhos que põe na ponta do lápis pra enfeitar) que deram um super charme! Ficou muito lindinho!
E, nos últimos dias descobri que eles têm uma família de vizinhos que lhes são muito queridos. Tem uma girl da mesma idade do meu host kid e que é a melhor amiguinha dele. Então, eu tô levando um agradinho pra ela também - um saquinho surpresa e um slime rosa.

Presentes do host kid e da host mom














Saquinhos surpresa













A "goodbye party"
Há alguns dias inventei de fazer uma festinha de despedida. Estava naquela angústia se fazia ou não fazia, principalmente, por conta dos gastos. Mas, por outro lado, como não fazer se esse é um momento único e, claro, eu AMO uma festa? Então, nada mais óbvio que fazer uma pra comemorar essa nova jornada. Alguns amigos me deram a dica de pedir pra cada convidado levar sua própria bebida e algo para o churrasco (carne, frango, linguiça, queijinho etc). À princípio achei beeeemmmm chato pedir isso pras pessoas (e continuo achando). Mas, eu achei mais chato ainda não fazer. haha... então, pedi e todos reagiram muito bem e de forma natural; afinal, acho que todos imaginam que os gastos envolvidos nesse processo são muitos.
Vai ser no próximo sábado, faltando 5 dias pro embarque!

Euros
Paguei 938 reais e hoje recebi duas notinhas que mais parecem de brincar no Banco Imobiliário = 200 euros, tudo que vou levar pra passar o primeiro mês. Foi o que deu, galera! Oremos!
Confesso que é meio assustador pensar em passar um mês com esses dois dinheirinhos aí, mas certeza que vai dar certo!

Sentimentos
Olha, resumindo, tá uma baderna nesse coraçãozinho!
Durante ABSOLUTAMENTE todo o tempo em que comecei com essa história de au pair, desde quando comecei a planejar, eu fui completamente tomada pela ansiedade, que já me acompanha naturalmente, mas ficou ainda mais intensa com tudo que foi acontecendo. Insônia, irritabilidade, crises de compulsão alimentar, carência afetiva, entre outras reações negativas foram e continuam sendo muito frequentes. Pra ajudar (ironicamente falando), nos últimos dias fui tomada por um sentimentalismo exacerbado (deixando claro que o meu estado "normal" já é ser uma manteiga derretida) que tá me fazendo chorar por qualquer "a". Meu cachorro me olha, eu choro. Bebo demais, choro. Discuto com alguém, choro. Penso na saudade que vou sentir de algo ou alguém, choro. Tá uma puta choradeira chata. Tô morrendo de medo de ficar sendo a chorona da festa de despedida. haha
Conversando com outras meninas que passaram por isso recentemente e algumas que estão passando, assim como eu, todas me disseram ser normal esse mix maluco de emoções; cabe a nós aceitarmos e termos paciência conosco mesmas, porque vai passar e vão vir coisas maravilhosas por aí. Tenho consciência de que serei tomada por mais um turbilhão de sentimentos (bons e não tão bons) muito em breve, porque a vida é mesmo isso: uma montanha russa.
Que Deus abençoe o rolê!
Bye!

sábado, 29 de setembro de 2018

O perrengue da passagem =(

A minha host mom não tinha agência, então, ela entrou para a que eu já tinha o processo iniciado, como forma de facilitar. Ela procurou a HBN e fez todo o procedimento. Em pouco tempo, já estávamos com todos os documentos prontos. Nesse momento, a agência me solicitou comprar as passagens; eles perguntaram se eu pagaria minha própria passagem ou se preferia pagar pra eles comprarem e se encarregarem de remarcar a volta. Cobraram 934 euros. Como eu não tinha esse valor pra pagar à vista, disse que eu mesma compraria, assim poderia dividir no cartão de crédito da minha mãe.
Pesquisei bastante na internet, valores e condições, inclusive a política de remarcação de passagem de cada companhia (que é muito importante pra gente que precisa remarcar a volta, já que nenhuma companhia aceita a volta pra daqui um ano e, algumas, depois, cobram um absurdo pra remarcar a passagem). Enfim, minha escolha foi a TAP. Estava com um valor legal (R$3880,00) e mais 75 euros pra quando fosse remarcar a volta.
Como eu estava pesquisando várias coisas, acabei fechando essa aba e depois reabri uma da TAP, pesquisei mesmo dia de embarque, retorno e tals. Dessa vez, o valor estava aparecendo em euro pra mim, mas aí eu abri o conversor de moedas no google e, convertendo para o real, estava dando os exatos R$3880,00. Pensei: "Beleza! Vou comprar.". Peguei o cartão da minha mãe e fui digitando todos os dados que me foram solicitados. Ao terminar... cliquei em "comprar". Nesse exato momento, minha mãe chegou e perguntou se eu tinha conseguido dividir em 12x. 
Maaaanooooooo! Que desespero que me deu. Eles - o site - nem perguntaram em quantas vezes eu queria dividir. Não teve essa pergunta. Liguei imediatamente pra TAP e eles me informaram que quando um valor aparece em euros e você aceita comprar, não há parcelamento no cartão de crédito, é apenas em 1x. Por isso o site nem me perguntou. Já se tivesse em reais (como na primeira aba que eu estava pesquisando, à princípio) eu poderia dividir em 12x. Não me perguntem porque uma aba apareceu em reais e, a outra, bem na hora que fui comprar, apareceu em euros. Talvez seja ignorância minha, mas eu achei que se os valores eram os mesmos e o site era o mesmo, então tanto fazia eu comprar no que estava em real ou no que estava em euro. E, nessa, me ferrei!
Liguei pro cartão de crédito pra cancelar a compra. Eles disseram "ok, pode efetuar o cancelamento, porém esse valor será cobrado na sua próxima fatura e, somente no mês seguinte, reembolsado". Aí eu pergunto o que ia adiantar esse cancelamento se a gente ia precisar ter o dinheiro pra pagar de qualquer maneira e ainda correr o risco deles inventarem algo ou enrolarem para reembolsar o dinheiro no outro mês? Além de que eu ia ter quer comprar outra passagem e o limite de crédito do cartão ia estar insuficiente devida à primeira compra.
Decidimos manter a compra. Mesmo sem saber de onde íamos tirar tanto dinheiro para pagar a conta à vista.
O clima em casa pesou. Mas pesou bonito mesmo.
Eu me senti um bagaço! Além de ter 29 anos e não ter grana pra bancar meu sonho - de sair fora do Brasil - (porque eu não tenho dinheiro e quem fez tudo por mim foram meus pais), eu ainda faço uma bobagem dessas. Fosse na inocência ou não, eu me senti muito culpada. E, por menos que quisessem demonstrar, meus pais também meio que me fizeram sentir ainda mais na merda. Resultado: clima ruim em casa, todo mundo de cara feia, preocupada e angustiada. Um momento que era pra ser de extrema felicidade, se tornou um momento de ansiedade e angústia.
Meu pai tinha uma graninha pra receber no trabalho dele, umas férias atrasadas. Dinheiro esse que ele tava postergando pra receber porque queria usar pra realizar um plano dele.
Não foi bem pra realizar o plano dele, mas ele solicitou receber esse dinheiro e pagou a fatura do cartão de crédito - e, a coisa ficou ainda pior quando a fatura chegou - de R$3880 foi pra R$4300 - porque a cotação da moeda que eles cobram não é a do dia da compra e, sim, a do dia do fechamento da fatura; e, pra minha infelicidade, o euro estava mais caro no dia do fechamento do que no dia da compra. Além disso, veio cobrando também o valor do IOF - que eu nem sabia que existia (lerda, né?) e, muito menos, que fosse tão alto.
E, nessa, foram 400 reais a mais.
Apesar do climão, estava paga a passagem, graças a Deus (e aos meus pais)!
Eu tenho uma grande tendência a me sentir culpada. Me sinto culpada por qualquer coisa que aconteça. Acho que é algum tipo de herança genética/espiritual por parte da família da minha mãe. E, eu sigo diariamente tentando quebrar esse padrão de pensamento e comportamento.
Se me sinto triste, a culpa é minha.
Se vou em algum lugar com amigos e o lugar é ruim, a culpa é minha.
Se alguém está perto de mim e está irritado ou não está se sentindo bem, a culpa é minha.
Se comprei passagem de maneira errada, claro, a culpa é minha também.
E, vou te dizer, quem sente sabe que é verdade: CULPA é um sentimento horroroso.
Mas, ok, culpa não é o enfoque desse post... haha. Afinal, não quero também me sentir culpada se você parar de lê-lo!
Eu só queria mesmo contar do "rolê" que foi essa compra da passagem. Dizer para nunca acharem que podem comprar parcelado quando a moeda estiver em EURO. E, se comprarem, lembrem-se de que vai ter também o tal do IOF.
No fim, deu tudo certo. E, como boa poliana (aquela que vê o lado positivo de tudo) que sou, o bom é que meus pais não vão ter uma dívida mensal alta por longos 12 meses, porque já está 100% pago.
Netherlands, aí vou eu em 18 de Outubro!


terça-feira, 25 de setembro de 2018

Meu match, meu presente de aniversário!

Você pode sempre renascer, não importa onde esteja.

Minha intenção nunca foi me cadastrar em alguma agência, num primeiro momento. Eu queria encontrar família no aupairworld, ter o "match" e só então entrar pra agência que já fosse da família. But... devida a experiência traumática que contei no último post, eu decidi que me sentiria mais segura me cadastrando em alguma agência e fazendo tudo com a ajuda deles, desde a procura por famílias, até o match, o embarque e o suporte enquanto eu estivesse por lá.
Minha escolha foi imediata - HBN - Huisje Boompje Nanny. Escolhi por "n" motivos, dentre eles, que eu sempre só li coisas boas a respeito deles e estava em contato com meninas prestes a embarcar e que esbanjavam satisfação com o apoio que a agência oferece.
Sério, foi minha melhor escolha! As representantes da HBN no Brasil são EXTREMAMENTE competentes no que fazem. Em especial, a Nadja. Eu não sei, mas ela tem uma luz, uma energia boa, solicitude, empatia e rapidez, que me encantaram desde a primeira vez em que eu falei com ela.
A HBN divide o processo em 4 fases:

1) Introdução - Entrega de comprovante do pagamento de 34 euros da inscrição, interviewform, cartinha para a host family, fotos/montagens, agreement e passaporte.
2) Entrevistas em português e inglês e contato com as referências. Perfil enviado a HBN NL para análise e aprovação. Em caso de aprovação, skype com HBN NL.
3) Matching e documentos. Seu perfil estará disponível para famílias. Enquanto isso você providenciará: Antecedentes IND, antecedentes Polícia Federal, Important details, non marital, healthform e exames (HIV, tuberculose, hepatite A e B e gravidez).
4) Match e visto!!! - Pagamento da contribuição de 800 euros (pode ser mais ou menos, dependendo do período) ou compra da passagem por sua conta. Via recente da certidão de nascimento, apostilamento e tradução. Comparecimento ao consulado de São Paulo para o processo de visto.

Completei a fase 1 e, estando na fase 2, agendamos as entrevistas em português e, em seguida, a entrevista em inglês.

Enquanto eu fazia o processo com a agência e, nesse tempo eu ainda podia continuar online no aupairworld, eu segui paralelamente buscando famílias por lá.
Consegui uns dois skypes, onde uma família nunca nem me deu um feedback e, a outra, não me aceitou porque tomo medicação controlada de uso contínuo. Isso me deixou bem chateada quando aconteceu, porque é horrível sentir que algo te limitou, por mais que você se sinta altamente capaz.
Eis que eu conheci uma italiana que mora na Holanda há alguns anos. É mãe viúva, com um boy de 6 aninhos e eles moram em Leiden, que é uma cidade universitária muito fofinha.
Mewww!! Ela tava procurando alguma menina da União Européia, mas rolou muita sintonia entre a gente, embora no primeiro vídeo eu tenha entendido só uns 30% de tudo que ela falou em inglês haha (to rindo agora, mas na hora rolou desespero rs). Bem, ela não se importou com isso e disse que se eu realmente fosse a nova au pair, nós estudaríamos juntas para que eu melhore (fofa, né?!).
Fizemos mais dois vídeos, sendo que no último era uma terça-feira antes do meu aniversário, que seria no próximo domingo. Nesse vídeo, eu disse pra ela (com o charme do meu inglês rs) que domingo seria meu aniversário e que o presente que eu mais queria ganhar na vida era o mach com a família dela. Hehe, tô ligada que eu fui meio ousada, mas ela riu do meu jeito espontâneo e disse algo do tipo "Ok, let's see ... Sunday I'll give you an answer then".
Pensem no grau da ansiedade que eu fiquei!! E não para por aqui. A ansiedade conseguiu aumentar...
É que no dia seguinte eu recebi o retorno da HBN dizendo que eu não havia passado no teste de inglês. Que eu poderia tentar refazer quantas vezes quisesse, dentro do período de 1 ano. Mas, que sem passar nesse teste, eu não ficaria online para encontrar famílias.
Gente, daí sim eu fiquei perdidona nos sentimentos... fiquei com medo de não ter o match com a italiana e, ao mesmo tempo, não poder estar online pela HBN. E, convenhamos, essa coisa de não passar no teste de inglês (que parece que todo mundo passa) deixa a gente se sentindo meio "sou bosta".
Sobrevivi àquela semana (de terça a domingo). No domingo, umas 10h da manhã, a hosta me mandou mensagem escrita desejando parabéns e tals. E, perguntou se eu teria um tempinho pra uma pequena vídeo chamada. "MAS É ÓBVIO QUE SIM, TODO TEMPO DO MUNDO" - respondi. "Desde que resolvamos essa angústia interna que eu tô sentindo e eu possa comemorar na paz do senhor Jesus esse meu aniversário de 29 anos" - pensei, rs.
Ela tava no meio do Mar Mediterrâneo, em um barco, quando me ligou (Pois é!). rs... e perguntou, rindo, se eu ainda estava disponível, porque ela gostaria que eu estivesse com eles no meu próximo aniversário! Eu era a nova au pair! Uhuuuullllll!!! Isso que é presente de respeito! Chorei, ri, nem conseguia falar direito. Agora, sim, eu tinha uma família cheia de amor e que me aceitou exatamente como eu sou.
Foi o melhor aniversário da minha vida.
Só vai perder pro próximo, que será na Holanda.