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segunda-feira, 29 de abril de 2019

Dublin - roteiro e dicas


Dublin me surpreendeu! Fui achando que três dias seriam muito e sobraria tempo. Voltei encantada e querendo mais uns diazinhos. Claro, isso porque não fiquei só ali no centrinho. Se ficasse só lá, um ou dois dias seriam enough.

Fiquei hospedada no hostel Abbey Court. Super recomendo. A localização é excelente, o hostel é bonito, todo grafitado, tem quartos limpos, arejados, camas confortáveis, café da manhã ótimo (nem parece de hostel hehe); a única coisa que não curti é que o banheiro era fora - e longe - do quarto. Pra alguém que precisa levantar pra fazer xixi a noite inteira e ainda estava no andar de cima de um beliche, não foi muito bacana rs.



Cheguei no aeroporto e precisei pegar um ônibus pro meu hostel. Tem um ônibus que eles chamam de express e vai direto ao centro, porém custa 7 euros. Descobri que tinha ônibus normal, que custava 3,30 euros. Peguei o número 16 e desci na O'Connell Street. Foram 30 min de ônibus e mais 4 andando até o hostel.
Uma dica é que pra pegar ônibus você precisa ter sempre moedas (e no valor exato), porque eles não aceitam notas nem cartão e, se você der moedas a mais, não te devolvem troco. Achei bem bizarro isso!

No primeiro dia, peguei um ônibus (3,30 também) e fui pra Hownt, uma vila de pescadores bem pertinho de Dublin.
Inclusive, perdi o primeiro ônibus que eu estava esperando por não ter moedas (foi aí que eu descobri sobre isso). Fui então ao mercadinho trocar dinheiro e voltei pro ponto pra esperar o próximo bonde.
Foi então que entendi realmente porque perdi o primeiro ônibus! É porque Deus ajuda a gente rs
Do meu lado, chegaram duas minas falando português e, pronto.. ganhei amigas para o dia todo! Fomos juntas, passeamos juntas e voltamos juntas.

Você deve descer no último ponto do ônibus, provavelmente onde a maioria das pessoas vão descer. E, de lá, saem algumas opções de trilhas pra fazer na beira de uns penhascos com vista exuberante.
Fizemos alguns caminhos e depois pegamos um trilha maior pra retornar à vilinha e, lá, tomar um sorvete, comer algo e relaxar.
Andamos um total de oito km. Sugiro que vá com roupa e tênis de ginástica, porque eu não fui por não saber, mas senti falta.




À noite, dei um rolê na região do Temple Bar, área boêmia e badalada de Dublin, onde uma Guinness - tradicional cerveja irlandesa - custa na média de 6 euros.
A gente (eu e uma das meninas que conheci no passeio de dia) foi no Bad Bobs Pub, um dos mais famosos, com música ao vivo, ótimo lugar para aqueles dias que você não está tão animado para uma balada (até porque tava morta de tanto andar), mas mesmo assim quer curtir um lugar agradável (até porque precisava aproveitar que estava lá rs).



No segundo dia, eu comprei um passeio para o Cliffs of Moher, o ponto turístico mais visitado da Irlanda. Comprei pela empresa Irish Day Tours, por 45 euros. - https://www.irishdaytours.ie/
Sei que tem jeito de ir por conta própria e fica mais barato, porém não sei como funciona.
As vantagens de ir com excursão é que você não se preocupa com nada. E, na volta, passaram rapidamente na cidade de Galway também.

Entrei no ônibus e uma moça me disse, em inglês, você não quer se sentar aqui, porque também estou sozinha... E eu sentei.
Aí ela seguiu perguntando de que país eu era e, no que respondi “Brasil”, ela riu e disse pra gente então falar em português hehe.
Mais uma amiga brasileira que seguiu comigo o dia todo!
Uma querida!
#imãdebrasileiros

Gostei da empresa que comprei o ticket pro passeio, motorista atencioso, educado, pontual, o único problema é que fala mais que a boca, até cantar a criatura cantou (várias músicas) - no MICROFONE do ônibus. Eu querendo tirar um cochilo e ele matracando.
Mesmo assim, achei que valeu a pena o valor!
Dica: leve lanchinhos pra comer durante o dia e vá com sapatos confortáveis.
O lugar é indescritível de lindo! Os maiores penhascos com o mar batendo lá embaixo. Perfeito!
Se você tem medo de altura, avalie se vale a pena.




Cheguei morta no hostel, tomei banho, me arrumei e fui pra uma balada que me chamaram - Dicey's. Toca altos funks, música brasileira e só tem brasileiro. Ahhh, é basicamente uma balada brasileira em Dublin. Vale a pena! Todas, escutem, todas as cervejas custam 2 euros. É muito barato!!!
Fui mas não fiquei muito porque já cheguei da Holanda em Dublin com o pé destruído, doendo muito mesmo, com bolha, calo etc. No que fui fazendo os passeios em Dublin, andando pra cassete, foi piorando, então, eu não estava aguentando nem andar direito, que dirá dançar. Confesso que também fui embora porque as duas meninas que estavam comigo se arranjaram com uns boys lá e eu fiquei aleatória rs
Mas valeu a pena conhecer!

Terceiro dia, dia de ir embora! Eu tinha só esse dia pra conhecer os pontos turísticos da cidade mesmo, porque até então não tinha visto nada ali no centro.
Só que não tava dando pra calçar sapato, de tão machucado que estavam meus pés. Então, decidi ir de chinelo mesmo hahaha
Tava ridícula? Tava ridícula.
Mas pelo menos eu conheci as coisas.



Segui a numeração do mapinha abaixo. Como vocês podem ver, tudo fica muito perto do hostel.
Sinceramente, os pontos turísticos desse centrinho não encheram muito meus olhos. Quero dizer, não achei nada muito demais. Mas, claro, vale a vivência!




O tempo fechou. E, quando entrei no bondão (número 16) pra ir pro aeroporto, foi que começou a chover!
O nome disso: sorte! Chover só quando você tá indo embora (e já calçou o tênis rs).


Fui embora feliz, cheia de novas bagagens, cenários, perrengues e ops, falando em perrengues, com cinco euros pra comer no aeroporto. Deu um hambúrguer rs
Foi o que sobrou. Isso que fiz um sanduíche clandestino no café da manhã do hostel e comi no almoço.

Dublin, RECOMENDO!
Muita gente me disse que não tinha nada pra fazer em Dublin, que três dias eram muito pra ficar lá. Preciso discordar por completo.
Claro, se você ficar só ali no centrinho, é muito, mas se você explorar minimamente um pouquinho a mais… é suficiente, ou pouco.

Uma coisa que me chamou muita atenção lá foi a quantidade de moradores de rua. Coisa que a gente não tá acostumada a ver muito pela Europa. Mas ali vi muitos e muitos, sendo que a maioria é muito jovem e também aparenta estar sempre fora de si, talvez seja o uso de álcool ou drogas, eu não sei. Mas vi rapazes, moças, até casais, sentados pelas ruas pedindo dinheiro.

Achei as pessoas muito simpáticas e solícitas.
Na realidade, parece o Brasil! Haha
Você anda na rua e escuta português TODO O TEMPO.
Parece que toda a mão de obra de serviços da cidade é formada por imigrantes. Acredito serem pessoas que se lançaram a sorte, tentando melhorar de vida. E, dentre esses, está uma grande porcentagem de brasileiros. Parece ser um caminho meio sofrido.

Vale a pena conhecer!
Enjoy the trip!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Uma viagem (des)encantada

Hey people!!!
Faz um tempaço que não escrevo e, confesso, ficou pra trás muita coisa que eu queria ter dito aqui mas por correria de trabalho ou gandaia haha acabei deixando passar.
Mas, relatar minha trip de réveillon eu faço questão! E, o principal objetivo é chamar a atenção pra que ninguém passe pelos mesmos perrengues!
Sim, foi uma trip do horror, uma maré de coisas ruins que pariu um desgaste emocional imenso, até porque, quando você tá longe de casa, do seu país, das suas pessoas amadas, você já fica um bom bocado mais fragilizada, ainda mais nessas datas comemorativas.
Para o réveillon, eu e uma amiga programamos uma trip. Três países entre 28/12 e 2/1. Bruxelas, Luxemburgo e Berlim (a virada do ano). Sendo os dois primeiros lugares pequenos, achamos que seria um tempo curto mas suficiente pra ver algo, já que esse era o tempo que tínhamos e o que o nosso bolso podia pagar.
Então, compramos as passagens de ônibus/trem, fechamos os hostels e fomos.
No primeiro dia, em Bruxelas, minha amiga acordou com uma dor insuportável na coluna e precisamos procurar um hospital. Tinha que ser público, claro! Porque dinheiro de aupair não rola de pagar médico, minha gente!
O primeiro que fomos era particular e eles nos indicaram um hospital público. Era muito longe, então, pegamos um Uber. Chegando lá, nenhum ser falava inglês, apenas francês.
Aos pouquinhos e com a ajuda do Google tradutor fomos nos entendendo e quando a secretária acabou de fazer o cadastro da minha amiga eu resolvi apenas confirmar, dizendo: “Não precisamos pagar, né? Porque como é um hospital público…”. Sorte que eu perguntei! Porque a resposta da secretária foi: “Sim, é público, mas tendo feito o cadastro dela aqui, verifiquei que ela tem condições de pagar, então, vocês tem que pagar o atendimento.”
Oi?? Não é público essa bagaça? Que condição que a menina tem de pagar?
No Brasil, pode até ser uma bosta o atendimento público, mas seja você andante ou milionário, você será atendido gratuitamente (se você conseguir atendimento, rs).
Não tínhamos dinheiro, então fomos embora e minha amiga ficou na base de paracetamol pra aguentar a batida da trip até que voltássemos pra Holanda e ela pudesse pedir ajuda pra host dela.
Ok!
De Bruxelas, seguimos pra Luxemburgo.
Quando fomos pegar o ônibus pra lá, nos perdemos na estação e ficou impossível achar o ônibus. Foi desesperador! Corremos feito loucas. Com malas, com dor, com tudo. A partida era às 18:30. Acreditem se quiserem: chegamos na porta do ônibus, suando em bicas, às 18:29.
Aproveitamos Luxemburgo e, ao fim do dia, pegamos um trem para Berlim.
E é aqui, meus caros, que as coisas pioram significativamente.
Viemos a descobrir que o trem faria três baldeações. E, uma delas duraria quatro horas, da 1 da manhã às 5 da manhã.
Só o que a gente não fazia ideia era de como era o lugar dessa baldeação. Uma tal cidade na Alemanha chamada Gerolstein, e eu nunca mais vou me esquecer desse nome.
Quando o trem parou, descemos e, o que vimos foi um grande NADA com chuva e frio. Muito frio!
A estação era deserta, aberta, quero dizer, sem lugar fechado.. Não havia uma alma viva. Nada de algum bar ou hotel perto, nada! Bateu um medo descompassado de estarmos ali sozinhas, sem abrigo pra frio, sem ninguém, sem ter pra quem pedir socorro se algo acontecesse… porque o agravante acho que é a nossa mente de brasileiro que avista perigo de longe, mesmo quando dizem que algo é seguro (como a Europa, por exemplo).
Olhamos em volta e avistamos um lugar onde talvez pudéssemos ficar, era tipo um correio onde tem aqueles monte de caixinhas trancadas pro povo pegar suas correspondências. Minha amiga foi ate lá checar enquanto eu fiquei com as nossas malas, sozinha, me borrando de medo. Ela voltou com uma notícia que, a princípio, não sabíamos se era boa ou ruim haha... negócio era o seguinte, podíamos entrar, o local era fechado e aquecido, mas tinha um morador de rua “dormindo” lá.
Minha amiga explicou pra ele o que havia acontecido e ele disse que podíamos passar a madrugada.
Entrei no lugar já chorando (dramática, né?), eu tava com muito medo.
Peguei meu cachecol, que era grosso, e pus no chão pra gente sentar em cima e tentar não pegar muita friagem.
O cara começou (querendo ou não) a assustar a gente. Ele ficava falando enquanto parecia estar dormindo e, do nada, abria os olhos (bem com cara de louquinho 😵) e, o ponto máximo foi quando ele pegou uma caixinha de metal que tinha nas mãos e arremessou na gente, batendo no pé da minha amiga e fazendo um barulhão no meio daquele silêncio cheio de medo. Nossos corações pularam pela boca e a gente levantou pra sair fora… pra piorar, ele deu de levantar junto e, meww… sem ser repetitiva, mas que medo da porra!
Saímos de lá e ainda tentamos pedir ajuda pra algumas poucas pessoas que passaram pela rua, mas em vão. Todo mundo só dizia que não tinha perigo.
Chegamos à conclusão de que a melhor solução seria ficarmos quietas na estação.
Fomos pra lá, sentamos e começamos a ouvir um barulho. Quando olhamos pro lado, tcharammmm: rato. Rato que transitava pra lá e pra cá, bem a vontade, ao nosso lado (afinal, a gente que tava na "casa" dele). Decidimos então ficar em pé caso precisássemos correr do bicho. 🙄
Lá ficamos por mais de horas. Dançamos, cantamos, fizemos alongamento, tivemos os pés congelados e teve até um segundo mendigo que chegou até nós, apontando sua muleta e brigando porque estávamos fazendo barulho e atrapalhando o sono dele, que tentava dormir no ponto de ônibus.
Mas, como diz minha mãe, não importa quão ruim, longa e escura foi a noite, o sol sempre nasce e nasce pra todos.
Nasceu lá na tal de Gerolstein também.
Pegamos o outro trem e finalmente chegamos em Berlim, mortas.
Fomos pro hostel e dormimos no dia 31 até umas cinco da tarde. Levantamos, nos arrumamos e saímos pra ir pro tal Portão de Brandenburg, onde é realizada uma das maiores e melhores festas de réveillon da Europa.
Nós andamos quilômetros, quilômetros e quilômetros e nunca que chegava no tal portão. Pra piorar o trajeto, eles têm uma cultura de comprar vários fogos de artifício e ficar soltando no meio da rua, no meio das pessoas e, literalmente, parece que vai cair na sua cabeça. Eu achei muito perigoso e desconfortável.
Enfim, a gente chegou.
Abro parênteses para acrescentar algo… ()
Até aqui, ocultei uma informação mega importante que contribuiu bastante pra foder tudo ainda mais. Não me julguem! Mas, eu não sei que diabos de contas eu fiz na minha cabeça antes de sair de casa pra essa trip, que eu deixei grande quantia de dinheiro em casa e não levei dinheiro suficiente pra viajar (e não tinha no banco). Meu dinheiro em mãos acabou. Então, minha amiga dividiu o dinheiro dela comigo, o que me gerou uma culpa imensa… porque ela fez tudo direitinho, levou dinheiro pra ter uma viagem agradável e, por conta do meu erro, eu nos coloquei em uma situação em que estávamos as duas poupando pra conseguir pelo menos comer. Juro!
Dinheiro pra trem? No way… andávamos de trem na ilegalidade rs, sem ticket. Na boa, nunca façam isso.
Fecha parênteses.
Lá no portão seguimos esperando a queima de fogos. Ela aconteceu e, na boa, que decepção!
Tenho meio dó deles acharem que isso é uma big festa! Por isso que gringo apaixona no Brasil uéh…
00:08 milhares de pessoas fazendo o mesmo caminho quilométrico pra voltar pra casa.
Foi tudo que durou, 8 minutos. Meio que se fosse um filme podia chamar “8 Km pra 8 min”.
Voltamos pro hostel, dormimos e no outro dia saímos pra passear.
Depois de tudo, confesso, a gente não tava animada, a gente tava com fome, com sono, irritação e etc. Mas fomos. Conhecemos alguns pontos turísticos e entre um e outro precisamos pegar um TRAM (que é tipo um bondinho que tem nas ruas da Europa).
Entramos e, sem dinheiro pro ticket, sentamos.
Vieram dois fiscais e nos pediram o ticket (isso acontece apenas vez ou outra mas como a gente tava na maré da falta de sorte, aconteceu com a gente). Dissemos que tínhamos tentado comprar, mas não tínhamos conseguido, se eles podiam ajudar e tal e fizemos cara de perdidas. Totalmente sem sucesso.
Os caras pararam o trenzinho, desceram com a gente, pediram passaporte e ID e deram pra cada uma 60 euros em multa.
Manooooo! Chorei, expliquei, implorei. Não tem conversa, os caras são duros! 14 dias de prazo pra pagar a multa.
Depois disso, só olhei pra minha amiga e disse: “não aguento mais. Tô indo pro hostel e só saio de lá pra ir embora.”
Fomos pra estação, COMPRAMOS TICKET e voltamos pro hostel. Eu inundei de chorar. Durante todos os 40 minutos de percurso, chorei como se não houvesse amanhã. Era cansaço, culpa (porque se eu tivesse levado dinheiro direito, não tínhamos deixado de comprar a passagem de trem), tava puta por estar tendo um primeiro dia do ano infernal, querendo voltar dali direto pro Brasil.
Graças a Deus, as coisas melhoraram depois de tudo isso. Até porque não sei o que aconteceria se piorassem… mas, eu e minha amiga conversamos, eu me senti menos culpada e mais aliviada, também fiz vídeo com minha irmã e minha melhor amiga no Brasil e, cada um a seu jeito, foi me ajudando a acalmar o coração.
No dia seguinte, pegamos o bondão de volta pra Holanda. 10 horas de viagem, sem pausa, mas aí eu já não tava ligando, eu tava indo embora pra “casa” e eu tinha recebido uma mensagem MUITO inesperada de alguém que encheu meu coração alegria (segredo!). Conversamos a viagem toda, o que fez passar mais rapidinho hehe
Quero contar da sensação MARAVILHOSA de chegar em casa, na Holanda. E aí eu percebi que tô mesmo considerando isso aqui minha casa. Cheguei, abracei meu kid, minha host, disse que tava com muita fome porque só tinha comido de manhã, comi a janta da hosta, tomei aquele banho e, no dia seguinte, dormi pra refazer cada minuto não dormido na viagem.
Demais!
Postei várias fotos da viagem no Instagram. Sempre sorrindo. Fica, então, a reflexão: não se enganem com redes sociais. Não é sempre, claro, mas às vezes pode haver um perrengue e uma tristeza imensas atrás daquela pessoa super feliz que você assiste da tela do seu celular.
Por fim, dicas: chequem as baldeações do trem antes de comprar a passagem, levem dinheiro suficiente e uma reserva, nunca andem de trem sem ticket e evitem fazer tantos países em poucos dias… porque se o cansaço bate, você não curte, real!
Ahhhhhhhhhhh, e minha maior e mais recente descoberta, a Europa não é tão o máximo assim. Paremos de inferiorizar o Brasil (eu mesma sempre fiz isso) - assunto pra outro post.
No mais, go ahead!
Best regards.


sábado, 29 de setembro de 2018

O perrengue da passagem =(

A minha host mom não tinha agência, então, ela entrou para a que eu já tinha o processo iniciado, como forma de facilitar. Ela procurou a HBN e fez todo o procedimento. Em pouco tempo, já estávamos com todos os documentos prontos. Nesse momento, a agência me solicitou comprar as passagens; eles perguntaram se eu pagaria minha própria passagem ou se preferia pagar pra eles comprarem e se encarregarem de remarcar a volta. Cobraram 934 euros. Como eu não tinha esse valor pra pagar à vista, disse que eu mesma compraria, assim poderia dividir no cartão de crédito da minha mãe.
Pesquisei bastante na internet, valores e condições, inclusive a política de remarcação de passagem de cada companhia (que é muito importante pra gente que precisa remarcar a volta, já que nenhuma companhia aceita a volta pra daqui um ano e, algumas, depois, cobram um absurdo pra remarcar a passagem). Enfim, minha escolha foi a TAP. Estava com um valor legal (R$3880,00) e mais 75 euros pra quando fosse remarcar a volta.
Como eu estava pesquisando várias coisas, acabei fechando essa aba e depois reabri uma da TAP, pesquisei mesmo dia de embarque, retorno e tals. Dessa vez, o valor estava aparecendo em euro pra mim, mas aí eu abri o conversor de moedas no google e, convertendo para o real, estava dando os exatos R$3880,00. Pensei: "Beleza! Vou comprar.". Peguei o cartão da minha mãe e fui digitando todos os dados que me foram solicitados. Ao terminar... cliquei em "comprar". Nesse exato momento, minha mãe chegou e perguntou se eu tinha conseguido dividir em 12x. 
Maaaanooooooo! Que desespero que me deu. Eles - o site - nem perguntaram em quantas vezes eu queria dividir. Não teve essa pergunta. Liguei imediatamente pra TAP e eles me informaram que quando um valor aparece em euros e você aceita comprar, não há parcelamento no cartão de crédito, é apenas em 1x. Por isso o site nem me perguntou. Já se tivesse em reais (como na primeira aba que eu estava pesquisando, à princípio) eu poderia dividir em 12x. Não me perguntem porque uma aba apareceu em reais e, a outra, bem na hora que fui comprar, apareceu em euros. Talvez seja ignorância minha, mas eu achei que se os valores eram os mesmos e o site era o mesmo, então tanto fazia eu comprar no que estava em real ou no que estava em euro. E, nessa, me ferrei!
Liguei pro cartão de crédito pra cancelar a compra. Eles disseram "ok, pode efetuar o cancelamento, porém esse valor será cobrado na sua próxima fatura e, somente no mês seguinte, reembolsado". Aí eu pergunto o que ia adiantar esse cancelamento se a gente ia precisar ter o dinheiro pra pagar de qualquer maneira e ainda correr o risco deles inventarem algo ou enrolarem para reembolsar o dinheiro no outro mês? Além de que eu ia ter quer comprar outra passagem e o limite de crédito do cartão ia estar insuficiente devida à primeira compra.
Decidimos manter a compra. Mesmo sem saber de onde íamos tirar tanto dinheiro para pagar a conta à vista.
O clima em casa pesou. Mas pesou bonito mesmo.
Eu me senti um bagaço! Além de ter 29 anos e não ter grana pra bancar meu sonho - de sair fora do Brasil - (porque eu não tenho dinheiro e quem fez tudo por mim foram meus pais), eu ainda faço uma bobagem dessas. Fosse na inocência ou não, eu me senti muito culpada. E, por menos que quisessem demonstrar, meus pais também meio que me fizeram sentir ainda mais na merda. Resultado: clima ruim em casa, todo mundo de cara feia, preocupada e angustiada. Um momento que era pra ser de extrema felicidade, se tornou um momento de ansiedade e angústia.
Meu pai tinha uma graninha pra receber no trabalho dele, umas férias atrasadas. Dinheiro esse que ele tava postergando pra receber porque queria usar pra realizar um plano dele.
Não foi bem pra realizar o plano dele, mas ele solicitou receber esse dinheiro e pagou a fatura do cartão de crédito - e, a coisa ficou ainda pior quando a fatura chegou - de R$3880 foi pra R$4300 - porque a cotação da moeda que eles cobram não é a do dia da compra e, sim, a do dia do fechamento da fatura; e, pra minha infelicidade, o euro estava mais caro no dia do fechamento do que no dia da compra. Além disso, veio cobrando também o valor do IOF - que eu nem sabia que existia (lerda, né?) e, muito menos, que fosse tão alto.
E, nessa, foram 400 reais a mais.
Apesar do climão, estava paga a passagem, graças a Deus (e aos meus pais)!
Eu tenho uma grande tendência a me sentir culpada. Me sinto culpada por qualquer coisa que aconteça. Acho que é algum tipo de herança genética/espiritual por parte da família da minha mãe. E, eu sigo diariamente tentando quebrar esse padrão de pensamento e comportamento.
Se me sinto triste, a culpa é minha.
Se vou em algum lugar com amigos e o lugar é ruim, a culpa é minha.
Se alguém está perto de mim e está irritado ou não está se sentindo bem, a culpa é minha.
Se comprei passagem de maneira errada, claro, a culpa é minha também.
E, vou te dizer, quem sente sabe que é verdade: CULPA é um sentimento horroroso.
Mas, ok, culpa não é o enfoque desse post... haha. Afinal, não quero também me sentir culpada se você parar de lê-lo!
Eu só queria mesmo contar do "rolê" que foi essa compra da passagem. Dizer para nunca acharem que podem comprar parcelado quando a moeda estiver em EURO. E, se comprarem, lembrem-se de que vai ter também o tal do IOF.
No fim, deu tudo certo. E, como boa poliana (aquela que vê o lado positivo de tudo) que sou, o bom é que meus pais não vão ter uma dívida mensal alta por longos 12 meses, porque já está 100% pago.
Netherlands, aí vou eu em 18 de Outubro!