domingo, 18 de novembro de 2018

Sobre vários paranauês

Muita gente tem me mandado mensagens dizendo que tá curtindo o blog, que acompanha as postagens, pedindo pra falar como tô me virando com o inglês, como que tá sendo a rotina com o meu kid etc. E mewwww.... primeiramente, muito obrigada! Eu fico muito mega power ultra super (a exagerada!! haha) feliz de saber que alguém tá lendo isso aqui! Thanks, people!
Bom, hoje faz um mês nesse "paisinho" aqui e, manas, quanta coisa que tá passando na minha cabeça!
Eu até fiz um post no insta/face e vou compartilhar aqui com vocês pra terem uma ideia dos meus sentimentos:

Faz um mês que eu entrei chorando em um avião, primeiramente, porque eu sou dramática mesmo haha. Mas o outro motivo era um medo absurdo de ter tomado a decisão mais errada da minha vida.
Faz um mês que não vejo e não abraço minha família nem meu cachorro e nem sinto o cheirinho de carniça do bigode dele.
Faz um mês que não tomo litrão com os meus amigos nem choro bêbada no bar.
Um mês que não sinto calor nem como feijão nem a comida da minha mãe.
Nesse um mês, fui tão forte quanto nem imaginava poder ser, senti mais frio do que imaginava ser possível sentir, pedalei mais do que nas últimas cinco encarnações e aprendi a me comunicar para muito além de palavras e idiomas.
Gratidão pela minha coragem de mudar em busca da minha felicidade. Gratidão a TODO O APOIO que sempre recebi de todas as pessoas que eu amo desde que tomei essa decisão. Gratidão a tudo que "deu errado" e eu não sabia que estava dando errado só pra dar tão certo agora. Gratidão ao lugar onde eu vim parar. Gratidão a todas as pessoas que Deus pôs e põe diariamente em meu caminho aqui. Gratidão por eu não ter desistido!
Pra mudar, você "só" precisa tomar uma decisão. O resto você vê depois.


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Do inglês
Olha, acho que o mais dificulta as coisas pra mim é a insegurança. Essa é uma constante em VÁRIAS áreas da minha vida e sempre me atrapalha muito. Talvez eu tenha descoberto que meu inglês não é básico. Ele é um intermediário, aquele que não te deixa passar fome, que te faz ser entendida, que te faz ser capaz de participar de dates construtivos haha (pra quem não sabe, date é encontrinho de amor...), mas, sinto que falo tudo errado as conjugações verbais, verbos auxiliares, às vezes não tenho vocabulário suficiente pra me expressar, principalmente quando estou devagando sobre algum sentimento intenso hahaha me faltam superlativos em inglês! Enfim, tô me virando, gente!
Tento reservar uma hora por dia pra estudar inglês, seja assistindo vídeos no youtube, decifrando um livro (tô lendo um livro sensacional que é uma comédia sobre a cultura holandesa, escrito em inglês - então duas utilidades em um só livro. Tô lendo a passos de mini formigas, mas tô indo...). Então, tô fazendo meu melhor, mesmo que eu sempre ache que não é suficiente.
O meu curso de inglês só começa em Fevereiro. Eu já fiz inscrição. Vou estudar na Leiden University (muitoooo rica! haha).
Mas durante todo o tempo vou acrescentar com estudos sozinha.
Eu me comunico com a minha hosta em inglês. Confesso que às vezes tenho medo dela estar ficando irritada comigo falando errado. Ela é maravilhosa pra mim, em todos os sentidos. Mas, tenho esse medo de irritar as pessoas por estar falando errado (deve ser apenas mais uma noia da minha cabeça..). O importante é não encanar. E continuar falando. Porque só vou melhorar se eu continuar falando e se as pessoas continuarem me corrigindo.
Aqui todo mundo fala holandês (que na minha humilde opinião é inviável de conseguir aprender), mas todo mundo também fala inglês. Então, isso ajuda bastante a praticar e melhorar!

Do kid(izinho) e da família
Eu tenho só um boy de seis anos. Acho que já comentei por aqui que eles são italianos. Então, meu boy fala italiano, dutch e menos que eu em inglês. Entãoooo... rs, imaginam? (Eu não falo italiano, né, mores? Falo nem inglês direito haha).
Nossa comunicação é então baseada na paciência e eu acho tão, mas tão FOFO a paciência que ele tem comigo. É um menino de seis anos e já tão gentil. Digo que ainda não é um gentleman, mas um gentleboy por enquanto.
Claro que é criança, né?! Então, faz as birras dele, às vezes briga... TODO SANTO DIA é uma guerra pra tomar banho, escovar o dente e não mexer no celular nem assistir desenhos inapropriados. rs, então eu tenho que usar minha psicologia (e em inglês). Fácil? Não. Mas, quanto mais vou ouvindo histórias de au pairs mais agradeço a Deus, porque vejo que estou no céu com essa família abençoada.
Mesmo não falando a mesma língua, nós conseguimos nos entender muito bem e sinto um carinho bem recíproco entre a gente.

Da minha rotina
Acordo 7:10, desço, preparo o café da manhã dele (muito fácil), ajudo a comer, visto roupa pra escola, escovo os dentes dele e a mãe leva pra escola às 8h30, antes de ir trabalhar. De 8h30 até às 17h estou livre (Eu sei, é muito tempo!). 17h pego ele na escola - menos às terças e sextas que ele tem natação até às 18h30 e a mãe que busca no retorno do trabalho dela - (vou andando porque são cinco minutinhos), vamos pra casa, dou banho (mas agora minha hosta disse que é pra dar só um dia sim/um dia não - haha - acho tão estranho), preparo a janta, comemos juntos; após a janta, é o "Cacota time" (momento em que ele faz cocô e em italiano isso se chama "cacota", então, eu carinhosamente apelidei o momento de Cacota time). Depois, escovamos os dentes, ponho o pijama nele e deito junto pra ler um trecho de algum livro em italiano (se eu sei ler italiano? Não sei. Mas eu leio). Daí a mãe dele chega e dorme com ele.
Eles dormem juntos. 20h30/21h já encerrei o expediente haha
Não sei se já disse isso aqui, mas aqui são só os dois. O pai faleceu em Maio de um ataque fulminante do coração. É uma situação bem delicada, sabe? Sinto sempre que estou aqui principalmente com a missão de trazer alegria pra casa, vida nova, novidades. E faço de tudo pra isso, pra cuidar deles com muito amor, porque eles merecem muito!
Gente, aproveitando o tópico, vou falar uma coisa, um conselho! Não é fácil encontrar famílias na Holanda que estejam procurando au pairs brasileiras, porque a gente sabe que saimos muito mais caras pra eles. Mas, você vai encontrar uma família! Tenha certeza. Não saiam por aí aceitando qualquer tranqueira de família porque NÃO VALE A PENA! Pensa que você vai passar um ano com essas pessoas e sua vida vai ser um inferno se eles não forem bacanas. Então, não aceitem quaisquer condições. Pensem nisso! Todo mundo merece o melhor (se você crer nisso, sure!).

De outros paranauês
Manas, pensem numa mina ruim de bike. Sou eu. A palavra equilíbrio não me pertence muito (em nenhum sentido, se é que me entendem kkkk). Enfim, minha hosta mede 1,50. Então cheguei aqui e ela me ofereceu a mini bike dela (parece de criança de tão pequenina) e eu amei, porque como ela é pequena, senti bastante confiança e comecei a ficar melhorzinha na direção. Daí há uns dias atrás decidi tentar andar na BIKONA que tem aqui. MANOOO, eu consegui e agora não quero outra coisa porque ela é muito mais rápida e ninguém mais fica rindo de mim quando eu chego nos rolês!

Aguardo os comentários de parabéns pelo meu super progresso!

O frio é algo que tem me incomodado MUITO! Acho que é mais uma questão do organismo não estar acostumado, sabe? Mas eu sinto MUITOOOOO frio, gente, chega a endurecer e doer o corpo. Eu tô com roupas direitinho, adequadas, sabe? Não era pra tá sentindo esse frio louco.
E tem duas coisas que me irritam.... ver as minas aqui usando meia calça (cara, tá fazendo 3/4 graus e elas querendo sensualizar de meia calça? Detalhe: não é fio 80 não... são aquelas transparentes mesmo!).
A outra coisa é quando um gringo vê você praticamente virando a frozzen e solta "Nossa, mas a temperatura tá boa... agora que vai começar o frio!"... haha, certeza que é pra irritar e amedrontar, porque eu só consigo pensar que não vou sobreviver quando nevar. hahaha
But, I'll survive, guys! I'm strong! ( Forte, sim! Só não tá dando pra ficar bonita, porque é meio impossível ficar bonita quando você já não é magra e põe mais 23 camadas de roupa haha, mas tá tudo bem, eu acredito na beleza interior rs!).
See u, girls!

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

14 conclusões after 3 weeks na Holanda

1. Não importa se está nevando, chovendo, fazendo sol, caindo folhas, se é dia, noite, madrugada, VOCÊ SEMPRE VAI ANDAR DE BICICLETA. O tempo e a hora nunca vão alterar essa afirmativa. E, isso incluem as crianças e até os bebês - que vejo andando dentro daquelas "caixas" puxadas pelas bikes, com tipo aqueles toldos de plástico cobrindo pra proteger da chuva. É NORMAL! (Pra eles, né?!)

Esse fato faz com que nos arrumemos para sair lindas:
  

Mas, tenhamos que sair assim (pelo menos durante o caminho):























E faz com que haja inúmeros estacionamentos de bikes como esse (Pensa se não é fácil perder sua bike aí.... se paro minha bike nisso, tenho que pôr um alarme pra encontrar depois haha)

2. Esteja você de bike ou de carro, umas das principais regras de trânsito é que quando os triângulos pintados na pista estiverem virados com a ponta pra você, você quem deve parar e dar preferência para o outro. E, sim, funciona aqui. Como tudo, eu acho... (Esse lugar parece que não tem nem grama fora do lugar! hehe)

3. Quando você disser que é brasileira, a primeira reação será sempre "Oh, nice!! So here is really cold for you!". Seguido de perguntas sobre o Rio de Janeiro (porque quase ninguém sabe que o Brasil tem outros estados rs), as praias, as bundas, o samba e o futebol.

4. A "comunidade de aupairs brasileiras" é sensacional! Eu não me senti sozinha até agora pelo fato de que estamos todas vivendo os mesmo sentimentos e sempre tem companhia para fazer coisas, alguém chamando pra algo, algum lugar novo e isso ajuda demais!

5. Os dias ruins virão. É inevitável. A saudade da família, do cachorro (no meu caso é o que mais me afeta. Eu tô tipo a "Louca dos cachorros" aqui na minha cidade. Não posso ver um que saio falando com voizinha de neném e em português e os donos ficam tipo "Hum?". Hoje mesmo uma mulher entrou na farmácia e deixou o cachorrinho dela do lado de fora, eu sai da farmácia e fiquei lá com o dog até ela voltar. Sinto que qualquer dia vão tretar comigo ou espalhar placas de "Cuidado com essa menina!" por aí, mas ok... tá valendo a pena).
Enfim, os dias ruins vêm... e eles também vão. Só ter paciência e cuidar-se com carinho. Se o seu saldo de dias bons for maior que o de dias ruins, então tá ótimo!

Esse é o dog da farmácia haha

6. O almoço não é a refeição principal deles e, sim, o jantar. No horário de almoço, normalmente, comem um sanduíche ou salada. E, a janta é super cedo. Entre 18h e 19h.

7. 9º não é frio (pra eles).

8. Albert Heijn ou AH para os íntimos é a maior rede de supermercados da Holanda. Sim, você vai ver um a cada esquina, literalmente. Têm MUITO.

9. Não sei se é ridículo da minha parte, mas eu tinha muito medo do que não encontraria aqui no que diz respeito a comida (coisa de gordinha? haha). Então, venho tranquilizá-las de que aqui tem arroz (não como o nosso e eles também não fazem como fazemos, mas dá pra adaptar e ficar parecido), tem banana, laranja,  morangos, uva, tomate, brócolis... tudo normal, viu, gente?
Feijão confesso que ainda não vi, aqui na minha host house só tem feijão branco, mas nunca ninguém fez (nem eu, até porque nunca vi panela de pressão aqui), mas quando apertar a vontade daquele feijãozinho, vou procurar saber haha.

10. Florestas. Aqui tem muito do que eles chamam de "Forest"... são mesmo umas florestas que tem no meio do nada, no meio da cidade; têm várias. Um monte de árvores, lago, às vezes, patinhos, e, o que seria um cenário de filme de terror no nosso amado Brasil (prato cheio para estupradores, ladrões, pedófilos etc etc etc...), aqui é realmente um lugar relax para "passear". Eles adoram passear nessas florestas. E, você pode inclusive passar por uma delas de madrugada (mas eu tô fora) que dizem "não tem perigo!".
Eu, plena, na Floresta.


















11. Ninguém lava louça na mão. É sério! Tudo é colocado na "Dishwasher" - máquina de lavar louças. Minha hosta riu de mim quando fui lavar copos no 1º dia. haha

12. O Halloween é uma tradição séria aqui! Achei fantástico vivenciar isso. As crianças saem todas juntas e fantasiadas pedindo doce de porta em porta e todos são receptivos e carinhosos oferecendo guloseimas. Eu amei!




13. As girls aqui são mais clássicas, básicas. Não as vejo usando muita make, na verdade, não as vejo usando quase nenhuma.

14. Não se preocupe tanto com roupas. Eles usam quase sempre a mesma a semana inteira. Só trocam a roupa de baixo, mas o casaco é sempre o mesmo. Bom, eu tenho 3 casacos (de frio) que vou revezando e alternando os cachecóis (que tenho vários) pra dar uma impressão de que troquei de roupa... Mas eles mesmos não estão nem aí. Ah, e sapatos também, quase sempre o mesmo todo santo dia.

Bem, resumindo, simplesmente venham, que isso aqui é 1º mundo! Realidade totalmente diferente da nossa. Não é porque estou aqui que estou inferiorizando nosso país não, mas é que aqui vejo o quanto ainda temos pra caminhar, vejo o quanto é gostoso não sentir medo de andar na rua, o quanto é satisfatório comprar coisas com pouco dinheiro, viajar de um PAÍS pro outro sem ser extorquida, ser respeitada pelos caras (até os caras do Tinder, inclusive haha); eu vejo a possibilidade de um futuro mais digno pras pessoas.

Vejam, até os gansos são respeitados ao atravessarem a rua. E, são organizados, pois fazem isso em fila e (quase) na faixa de pedestres. Esse é o Brasil que eu quero!

domingo, 28 de outubro de 2018

1 semana na Holanda!

Genteeeeeee, faz uma semana e dois dias que tô nesse lugar encantador e frio. Frio! Caralho! E que frio.
Eu tô atrasada pra escrever aqui, mas é que quando você chega fica tão atrapalhada das ideias, é tanta novidade, é tanta coisa pra assimilar, que parece que você não consegue se organizar direito pra fazer tudo.
Aconteceu tanta coisa desde que eu embarquei que nem sei por onde começar esse post.

Bom, minha última noite no Brasil eu passei no hospital! Sim! Eu acho que fiquei tão nervosa, ansiosa, triste (porque, sim, um dia antes de eu embarcar o sentimento que eu tinha era de "O que eu tô fazendo? Por que tô indo embora pra longe de todo mundo que eu amo?" - sensação de estar perdida mesmo) que meu corpo reagiu e eu tive uma infecção urinária super forte, a ponto de ter que ir pro hospital tomar remédio na veia e ser medicada de forma correta pelo médico. Eu senti tanto medo de não passar, de ter crise de dor no avião, de chegar na Holanda e já nos primeiros dias precisar de ajuda da hosta pra ir a um médico, ter que gastar com remédios... Enfim, uma infinidade de angústias.
No dia de ir eu tava um bagaço. Olheira, enjôo, choro. Meus pais me levaram pro aeroporto, rolaram aquelas lágrimas de despedida e eu só fui.
Não dormi nem meio segundo no vôo. Ligadaça! 10 horas no primeiro vôo e 3 no segundo. Sinto pena de quem senta ao meu lado no avião, porque eu não paro. Sem contar as mil idas ao banheiro, porque com a infecção eu tava tomando litros de água.
Fiz escala em Lisboa.
Desembarquei em Amsterdam.
Fui barrada na Polícia por estar carregando muitos remédios na mala (Meu maior medo, lembram?).
Pensem no cagaço que eu passei de ter que explicar tudo pro cara com esse meu inglês bem mais ou menos (mais pra menos que pra mais)?
Olha, não costumo me achar não, pelo contrário, mas acho que o que me salvou aqui foi a simpatia e honestidade, viu?! O policial simpatizou e ficou com "dó", rs. Deixou até eu usar o google tradutor pra me explicar haha. E daí entendeu e me liberou. Mas, mew... que medo!

Minha hosta, o irmão dela e o kid estavam me esperando com plaquinha com meu nome e um buquê LINDO de flores!


Desde o primeiro momento, me senti muito bem recebida, acolhida, feliz!
Eu tinha medo de não saber o que falar, como falar, que assunto puxar....
Tudo bobagem, preocupação desnecessária. Ah, se a gente pudesse evitar tanta preocupação desnecessária... Seria bem legalzinho!
Chegamos em casa e eu amei TUDO! Meu quarto é um encanto.
No dia seguinte, me levaram pra passear durante todo o dia, conheci lugares lindos e os melhores amigos da hosta. No outro dia, teve churrasco em casa, com os vizinhos, pra me dar boas vindas! Nesse dia do churras, eu tava triste. Sei lá, bateu bad, chorei... e minha hosta percebeu. Ela foi tão gentil que nem cabe mensurar!
Na segunda, eu já tava melhor! Nossos vizinhos nos ofereceram um jantar e me deram flores e chocolates (Gente, eu nasci pra ser mimada! haha, eu AMO!).


Bom, daí pra frente foram mil descobertas! Eu não fiquei triste mais nenhum dia.
Já conheci 3 cidades novas, fiz vários amigos, andei de trem, de ônibus, a pé, de bike (TODO O TEMPO - prepara a perninha - na chuva, no vento, com 5º e chapada), já comi o que nunca imaginei, já fui mais forte e corajosa do que jamais me passou pela cabeça que eu fosse. Já senti, finalmente, orgulho de mim!
Welcome in Netherlands!



quarta-feira, 17 de outubro de 2018

NL, here I go!

Hey guys!! How are you doing?
Post super rapidinho só pra deixar registrado que CHEGOU! Embora eu tivesse a sensação de que esse dia parecesse nunca chegar, chegou! 
Embarco amanhã pra Holanda e o coração tá batendo forte, feliz e, com medo, confesso. Porque acho meio difícil alguém mudar de vida num 360º e não sentir um medinho. Mas, como diz minha mãe: "Tá com medo? Ok, vai com medo mesmo!" haha
E eu vou, claro!
Pensei que fazer as malas era uma tarefa fácil mas, alerto, não é. Passei um dia e meio fazendo e desfazendo até conciliar tudo que eu queria levar e sem extrapolar o peso permitido para a bagagem despachada. Foi difícil, tô deixando várias coisas que eu queria levar, mas não tem jeito, esse é o jeito. Os meus remédios controlados que estou levando pro ano inteiro eu espalhei pela mala, dentro das caixinhas fechadas e junto com o comprovante fiscal de compra, a carta de prescrição do médico e as receitas; acredito que não haverá nenhum problema (essa era uma das coisas que eu mais tinha receio).
A "coisa" que eu mais queria levar pra Holanda resolveu também fazer um draminha e, óbvio, dei aquela chorada básica rs... mas passou, conversei bastante com ele.

Se existe coisa mais linda, nunca nem vi.

Ahhh, já estava esquecendo de dizer que a festa de despedida foi show! Gente, não fiquei de chororô (só um pouquinho quando me despedi de algumas pessoas amadas) e curti demais da conta, tanto que acabou minha festa, fui com meus amigos pra outro rolê e só voltei no outro dia de manhã. Haha, minha mãe ficou meio em choque, porque nunca faço isso, mas ela resolveu botar panos quentes porque, afinal, tô indo embora.

Hoje vou sair pra tomar aquela saideira e, amanhã, estarei bem ocupada... voando! Uhuulll!

See you soon!


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Contagem regressiva: 1 semaninha!

O visto
Meu visto ficou pronto exatamente 1 semana depois em que estive no Consulado levando a documentação. Eu fui lá no dia 26/09 e em 3/10 já recebi o e-mail deles avisando que eu já podia retirá-lo.
Lá fui eu e, "meeww!", que satisfação pegar aquele passaporte com o visto holandês! Coloquei num plástico pra não molhar (porque estava chovendo e eu sem guarda-chuva) e pus na cintura. De lá ninguém tirava. Podiam tentar roubar TUDO nesse dia, mas o visto ninguém tirava de mim, rs.

Presentinhos pra host family
Quem tá acompanhando o blog sabe que minha host family é só uma mamis e um boy de 6 aninhos.
Pra ela, estou levando uma havaíanas que achei linda e um hidratante da Natura que tinha fechadinho aqui em casa.
Pro host kid, estou levando uma havaíanas do Batman (porque um dia vi ele com uma camiseta do Batman e então deduzi que ele curta hehe), um slime (aquelas massinhas modernas que parecem uma gosma, sabe?), uma cartela de adesivos do Homem Aranha e uma bandeira do Brasil (que ele pediu - Pois é, a gente aqui no Brasil com ranço da nossa pátria, devido a tantos problemas e, a criança, inocente, querendo ganhar uma bandeira).
Eu também fiz um saquinho surpresa pra cada um deles (fiz um pra mim também, claro!), com coisinhas gostosas, tipo doce de leite, bis, batom, paçoca, bala de yogurt, dadinho, pirulito de coração, sonho de valsa e etc.
A minha mãe, durante muito tempo trabalhou com artesanato em EVA, então, ela fez umas ponteiras (bonequinhos que põe na ponta do lápis pra enfeitar) que deram um super charme! Ficou muito lindinho!
E, nos últimos dias descobri que eles têm uma família de vizinhos que lhes são muito queridos. Tem uma girl da mesma idade do meu host kid e que é a melhor amiguinha dele. Então, eu tô levando um agradinho pra ela também - um saquinho surpresa e um slime rosa.

Presentes do host kid e da host mom














Saquinhos surpresa













A "goodbye party"
Há alguns dias inventei de fazer uma festinha de despedida. Estava naquela angústia se fazia ou não fazia, principalmente, por conta dos gastos. Mas, por outro lado, como não fazer se esse é um momento único e, claro, eu AMO uma festa? Então, nada mais óbvio que fazer uma pra comemorar essa nova jornada. Alguns amigos me deram a dica de pedir pra cada convidado levar sua própria bebida e algo para o churrasco (carne, frango, linguiça, queijinho etc). À princípio achei beeeemmmm chato pedir isso pras pessoas (e continuo achando). Mas, eu achei mais chato ainda não fazer. haha... então, pedi e todos reagiram muito bem e de forma natural; afinal, acho que todos imaginam que os gastos envolvidos nesse processo são muitos.
Vai ser no próximo sábado, faltando 5 dias pro embarque!

Euros
Paguei 938 reais e hoje recebi duas notinhas que mais parecem de brincar no Banco Imobiliário = 200 euros, tudo que vou levar pra passar o primeiro mês. Foi o que deu, galera! Oremos!
Confesso que é meio assustador pensar em passar um mês com esses dois dinheirinhos aí, mas certeza que vai dar certo!

Sentimentos
Olha, resumindo, tá uma baderna nesse coraçãozinho!
Durante ABSOLUTAMENTE todo o tempo em que comecei com essa história de au pair, desde quando comecei a planejar, eu fui completamente tomada pela ansiedade, que já me acompanha naturalmente, mas ficou ainda mais intensa com tudo que foi acontecendo. Insônia, irritabilidade, crises de compulsão alimentar, carência afetiva, entre outras reações negativas foram e continuam sendo muito frequentes. Pra ajudar (ironicamente falando), nos últimos dias fui tomada por um sentimentalismo exacerbado (deixando claro que o meu estado "normal" já é ser uma manteiga derretida) que tá me fazendo chorar por qualquer "a". Meu cachorro me olha, eu choro. Bebo demais, choro. Discuto com alguém, choro. Penso na saudade que vou sentir de algo ou alguém, choro. Tá uma puta choradeira chata. Tô morrendo de medo de ficar sendo a chorona da festa de despedida. haha
Conversando com outras meninas que passaram por isso recentemente e algumas que estão passando, assim como eu, todas me disseram ser normal esse mix maluco de emoções; cabe a nós aceitarmos e termos paciência conosco mesmas, porque vai passar e vão vir coisas maravilhosas por aí. Tenho consciência de que serei tomada por mais um turbilhão de sentimentos (bons e não tão bons) muito em breve, porque a vida é mesmo isso: uma montanha russa.
Que Deus abençoe o rolê!
Bye!

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

A ida ao Consulado

Estando a passagem emitida, a agência pode entrar com o pedido de Visto no Consulado.
Feito isso, o Consulado agenda um dia para irmos lá levar a documentação (passaporte, MVV form preenchido - que a própria agência te encaminha - e, a foto nas especificações que eles exigem).
Eu peguei uma carona no Blá Blá Car da cidade que em que eu estava - Taubaté/SP - até o Terminal Rodoviário do Tietê.
Apesar de morar no estado de São Paulo durante toda a vida, nunca tinha andado de metrô de SP sozinha e nunca tinha pisado no Tietê haha
Mas foi suave!
Eu olhei no maps previamente e escrevi em um papel todas as linhas, cores e baldiações que eu precisava fazer.
Maaaasss, nem foi necessário! Vocês acreditam que, junto comigo, pegou carona um cara tcheco que está morando no Brasil há dois anos e sempre vai a São Paulo a trabalho? rs... ficamos amigos e ele estava indo na mesma direção que eu. Adivinhem? O tcheco guiou a brasileira no aeroporto de São Paulo!!! haha, minha cara essas coisas aleatórias que acontecem.
Mesmo assim, claro que fui prestando atenção no caminho, porque na volta eu estaria sozinha.
E não é que fiz bonitinho o caminho de volta?! Achei fácil e rápido.

O prédio do Consulado fica na Avenida Brigadeiro Faria Lima, 1779, 3º andar, Jardim Paulistano. E não tem nenhuminha placa, gente! É um prédio normal, "Edifício Mauricio", de porta preta:


Nessa avenida do Consulado tem várias padarias e lanchonetes, o que facilita a vida!
E, acho importante dizer que eu cheguei ao Consulado uma hora antes do horário agendado. Como estava vazio, eles acabaram me atendendo antes e fui liberada mais cedo. Então, se você chegar mais cedo que seu horário, vale a pena subir lá pra ver se te atendem antes. E, se não atenderem, você pode ficar sentadinha lá esperando, numa boa.

O lugar onde tiramos fotos para o visto, do jeitinho que eles pedem, fica num pequeno shopping ao lado do Consulado:


E, a loja onde tiramos foto (R$30) fica no térreo, é número 54 e, é uma loja de cosméticos também haha (Fiquei um tempão procurando onde era):


A "entrevista" é super simples... nem é uma entrevista. Você só leva os docs e a foto, colhe digitais, diz que é pra au pair se eles perguntarem (eles falam português), assina algumas coisas e pronto. SUPER RÁPIDO! Me disseram que o prazo pra ficar pronto é de cerca de 10 dias úteis. Eu preferi ir buscar pessoalmente do que solicitar o envio por correio (tem essa opção), porque como meu embarque está bem próximo, fiquei receosa de dar algum problema no Correio e eu passar mais um apuro. Tô tranquila de perrengues! rs
Agora, estou no aguardo do e-mail deles pra dizer que posso ir buscar.

sábado, 29 de setembro de 2018

O perrengue da passagem =(

A minha host mom não tinha agência, então, ela entrou para a que eu já tinha o processo iniciado, como forma de facilitar. Ela procurou a HBN e fez todo o procedimento. Em pouco tempo, já estávamos com todos os documentos prontos. Nesse momento, a agência me solicitou comprar as passagens; eles perguntaram se eu pagaria minha própria passagem ou se preferia pagar pra eles comprarem e se encarregarem de remarcar a volta. Cobraram 934 euros. Como eu não tinha esse valor pra pagar à vista, disse que eu mesma compraria, assim poderia dividir no cartão de crédito da minha mãe.
Pesquisei bastante na internet, valores e condições, inclusive a política de remarcação de passagem de cada companhia (que é muito importante pra gente que precisa remarcar a volta, já que nenhuma companhia aceita a volta pra daqui um ano e, algumas, depois, cobram um absurdo pra remarcar a passagem). Enfim, minha escolha foi a TAP. Estava com um valor legal (R$3880,00) e mais 75 euros pra quando fosse remarcar a volta.
Como eu estava pesquisando várias coisas, acabei fechando essa aba e depois reabri uma da TAP, pesquisei mesmo dia de embarque, retorno e tals. Dessa vez, o valor estava aparecendo em euro pra mim, mas aí eu abri o conversor de moedas no google e, convertendo para o real, estava dando os exatos R$3880,00. Pensei: "Beleza! Vou comprar.". Peguei o cartão da minha mãe e fui digitando todos os dados que me foram solicitados. Ao terminar... cliquei em "comprar". Nesse exato momento, minha mãe chegou e perguntou se eu tinha conseguido dividir em 12x. 
Maaaanooooooo! Que desespero que me deu. Eles - o site - nem perguntaram em quantas vezes eu queria dividir. Não teve essa pergunta. Liguei imediatamente pra TAP e eles me informaram que quando um valor aparece em euros e você aceita comprar, não há parcelamento no cartão de crédito, é apenas em 1x. Por isso o site nem me perguntou. Já se tivesse em reais (como na primeira aba que eu estava pesquisando, à princípio) eu poderia dividir em 12x. Não me perguntem porque uma aba apareceu em reais e, a outra, bem na hora que fui comprar, apareceu em euros. Talvez seja ignorância minha, mas eu achei que se os valores eram os mesmos e o site era o mesmo, então tanto fazia eu comprar no que estava em real ou no que estava em euro. E, nessa, me ferrei!
Liguei pro cartão de crédito pra cancelar a compra. Eles disseram "ok, pode efetuar o cancelamento, porém esse valor será cobrado na sua próxima fatura e, somente no mês seguinte, reembolsado". Aí eu pergunto o que ia adiantar esse cancelamento se a gente ia precisar ter o dinheiro pra pagar de qualquer maneira e ainda correr o risco deles inventarem algo ou enrolarem para reembolsar o dinheiro no outro mês? Além de que eu ia ter quer comprar outra passagem e o limite de crédito do cartão ia estar insuficiente devida à primeira compra.
Decidimos manter a compra. Mesmo sem saber de onde íamos tirar tanto dinheiro para pagar a conta à vista.
O clima em casa pesou. Mas pesou bonito mesmo.
Eu me senti um bagaço! Além de ter 29 anos e não ter grana pra bancar meu sonho - de sair fora do Brasil - (porque eu não tenho dinheiro e quem fez tudo por mim foram meus pais), eu ainda faço uma bobagem dessas. Fosse na inocência ou não, eu me senti muito culpada. E, por menos que quisessem demonstrar, meus pais também meio que me fizeram sentir ainda mais na merda. Resultado: clima ruim em casa, todo mundo de cara feia, preocupada e angustiada. Um momento que era pra ser de extrema felicidade, se tornou um momento de ansiedade e angústia.
Meu pai tinha uma graninha pra receber no trabalho dele, umas férias atrasadas. Dinheiro esse que ele tava postergando pra receber porque queria usar pra realizar um plano dele.
Não foi bem pra realizar o plano dele, mas ele solicitou receber esse dinheiro e pagou a fatura do cartão de crédito - e, a coisa ficou ainda pior quando a fatura chegou - de R$3880 foi pra R$4300 - porque a cotação da moeda que eles cobram não é a do dia da compra e, sim, a do dia do fechamento da fatura; e, pra minha infelicidade, o euro estava mais caro no dia do fechamento do que no dia da compra. Além disso, veio cobrando também o valor do IOF - que eu nem sabia que existia (lerda, né?) e, muito menos, que fosse tão alto.
E, nessa, foram 400 reais a mais.
Apesar do climão, estava paga a passagem, graças a Deus (e aos meus pais)!
Eu tenho uma grande tendência a me sentir culpada. Me sinto culpada por qualquer coisa que aconteça. Acho que é algum tipo de herança genética/espiritual por parte da família da minha mãe. E, eu sigo diariamente tentando quebrar esse padrão de pensamento e comportamento.
Se me sinto triste, a culpa é minha.
Se vou em algum lugar com amigos e o lugar é ruim, a culpa é minha.
Se alguém está perto de mim e está irritado ou não está se sentindo bem, a culpa é minha.
Se comprei passagem de maneira errada, claro, a culpa é minha também.
E, vou te dizer, quem sente sabe que é verdade: CULPA é um sentimento horroroso.
Mas, ok, culpa não é o enfoque desse post... haha. Afinal, não quero também me sentir culpada se você parar de lê-lo!
Eu só queria mesmo contar do "rolê" que foi essa compra da passagem. Dizer para nunca acharem que podem comprar parcelado quando a moeda estiver em EURO. E, se comprarem, lembrem-se de que vai ter também o tal do IOF.
No fim, deu tudo certo. E, como boa poliana (aquela que vê o lado positivo de tudo) que sou, o bom é que meus pais não vão ter uma dívida mensal alta por longos 12 meses, porque já está 100% pago.
Netherlands, aí vou eu em 18 de Outubro!


terça-feira, 25 de setembro de 2018

Meu match, meu presente de aniversário!

Você pode sempre renascer, não importa onde esteja.

Minha intenção nunca foi me cadastrar em alguma agência, num primeiro momento. Eu queria encontrar família no aupairworld, ter o "match" e só então entrar pra agência que já fosse da família. But... devida a experiência traumática que contei no último post, eu decidi que me sentiria mais segura me cadastrando em alguma agência e fazendo tudo com a ajuda deles, desde a procura por famílias, até o match, o embarque e o suporte enquanto eu estivesse por lá.
Minha escolha foi imediata - HBN - Huisje Boompje Nanny. Escolhi por "n" motivos, dentre eles, que eu sempre só li coisas boas a respeito deles e estava em contato com meninas prestes a embarcar e que esbanjavam satisfação com o apoio que a agência oferece.
Sério, foi minha melhor escolha! As representantes da HBN no Brasil são EXTREMAMENTE competentes no que fazem. Em especial, a Nadja. Eu não sei, mas ela tem uma luz, uma energia boa, solicitude, empatia e rapidez, que me encantaram desde a primeira vez em que eu falei com ela.
A HBN divide o processo em 4 fases:

1) Introdução - Entrega de comprovante do pagamento de 34 euros da inscrição, interviewform, cartinha para a host family, fotos/montagens, agreement e passaporte.
2) Entrevistas em português e inglês e contato com as referências. Perfil enviado a HBN NL para análise e aprovação. Em caso de aprovação, skype com HBN NL.
3) Matching e documentos. Seu perfil estará disponível para famílias. Enquanto isso você providenciará: Antecedentes IND, antecedentes Polícia Federal, Important details, non marital, healthform e exames (HIV, tuberculose, hepatite A e B e gravidez).
4) Match e visto!!! - Pagamento da contribuição de 800 euros (pode ser mais ou menos, dependendo do período) ou compra da passagem por sua conta. Via recente da certidão de nascimento, apostilamento e tradução. Comparecimento ao consulado de São Paulo para o processo de visto.

Completei a fase 1 e, estando na fase 2, agendamos as entrevistas em português e, em seguida, a entrevista em inglês.

Enquanto eu fazia o processo com a agência e, nesse tempo eu ainda podia continuar online no aupairworld, eu segui paralelamente buscando famílias por lá.
Consegui uns dois skypes, onde uma família nunca nem me deu um feedback e, a outra, não me aceitou porque tomo medicação controlada de uso contínuo. Isso me deixou bem chateada quando aconteceu, porque é horrível sentir que algo te limitou, por mais que você se sinta altamente capaz.
Eis que eu conheci uma italiana que mora na Holanda há alguns anos. É mãe viúva, com um boy de 6 aninhos e eles moram em Leiden, que é uma cidade universitária muito fofinha.
Mewww!! Ela tava procurando alguma menina da União Européia, mas rolou muita sintonia entre a gente, embora no primeiro vídeo eu tenha entendido só uns 30% de tudo que ela falou em inglês haha (to rindo agora, mas na hora rolou desespero rs). Bem, ela não se importou com isso e disse que se eu realmente fosse a nova au pair, nós estudaríamos juntas para que eu melhore (fofa, né?!).
Fizemos mais dois vídeos, sendo que no último era uma terça-feira antes do meu aniversário, que seria no próximo domingo. Nesse vídeo, eu disse pra ela (com o charme do meu inglês rs) que domingo seria meu aniversário e que o presente que eu mais queria ganhar na vida era o mach com a família dela. Hehe, tô ligada que eu fui meio ousada, mas ela riu do meu jeito espontâneo e disse algo do tipo "Ok, let's see ... Sunday I'll give you an answer then".
Pensem no grau da ansiedade que eu fiquei!! E não para por aqui. A ansiedade conseguiu aumentar...
É que no dia seguinte eu recebi o retorno da HBN dizendo que eu não havia passado no teste de inglês. Que eu poderia tentar refazer quantas vezes quisesse, dentro do período de 1 ano. Mas, que sem passar nesse teste, eu não ficaria online para encontrar famílias.
Gente, daí sim eu fiquei perdidona nos sentimentos... fiquei com medo de não ter o match com a italiana e, ao mesmo tempo, não poder estar online pela HBN. E, convenhamos, essa coisa de não passar no teste de inglês (que parece que todo mundo passa) deixa a gente se sentindo meio "sou bosta".
Sobrevivi àquela semana (de terça a domingo). No domingo, umas 10h da manhã, a hosta me mandou mensagem escrita desejando parabéns e tals. E, perguntou se eu teria um tempinho pra uma pequena vídeo chamada. "MAS É ÓBVIO QUE SIM, TODO TEMPO DO MUNDO" - respondi. "Desde que resolvamos essa angústia interna que eu tô sentindo e eu possa comemorar na paz do senhor Jesus esse meu aniversário de 29 anos" - pensei, rs.
Ela tava no meio do Mar Mediterrâneo, em um barco, quando me ligou (Pois é!). rs... e perguntou, rindo, se eu ainda estava disponível, porque ela gostaria que eu estivesse com eles no meu próximo aniversário! Eu era a nova au pair! Uhuuuullllll!!! Isso que é presente de respeito! Chorei, ri, nem conseguia falar direito. Agora, sim, eu tinha uma família cheia de amor e que me aceitou exatamente como eu sou.
Foi o melhor aniversário da minha vida.
Só vai perder pro próximo, que será na Holanda.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

O match

Não vai lendo achando que esse é um capítulo feliz. Não, não é. Mas foi um capítulo bem fundamental para que eu chegasse à felicidade que estou sentindo hoje. Foi desesperador? Foi! Mas valeu.
Dia 29/04/18 tive meu match. Uma família linda! Papai, mamãe, um boy de 4 anos e uma girl de 3. As kids pareciam aquelas de cinema, sabe? E, os pais eram também muito bonitos e simpáticos. Moravam numa casa maravilhosa, na cidade de Den Bosch. Eu achei tudo incrível, fiquei naquela felicidade de ter uma família, as condições que eles me ofereceram também eram bem legais, enfim... feliz! E o embarque era pra meados de Setembro.
Tão logo, a agência deles entrou em contato comigo para dar início ao meu processo. Já achei difícil, no começo, pois a agência não tinha nenhum representante brasileiro. Então, todas as POUCAS informações que eu conseguia fazer com que eles me passassem eram em inglês.
Ficava bem angustiada porque eles demoravam bastante pra responder meus e-mails. E eu acho que nesse momento, qualquer uma de nós precisa de atenção e esclarecimentos para se sentir um pouco mais segura. Não foi isso que tive com eles.
Agendaram minha entrevista em inglês, com a dona da agência, para uma quinta-feira, mais ou menos no nosso horário de almoço. Ok, lá estava eu toda ansiosa na frente do computador e a entrevistadora apareceu após 1 hora de atraso (juro!). Fizemos cerca de 30 minutos de entrevista, tempo suficiente para ela demonstrar descontentamento com o meu inglês (ficou incomodada) e questionar meu uso de medicamentos controlados - coisinhas que já me deixaram cheia daqueles medos, inseguranças e tals. Eis que pra piorar minha ansiedade, ela perguntou se poderíamos terminar a entrevista no dia seguinte (sexta-feira). E eu ia dizer o que? Respondi "Claro!".
No dia seguinte, sexta, no horário combinado, estava eu novamente a espera. Alguns minutos de atraso, horas... e horas... e horas... bem, já deu pra perceber que ela não apareceu, né?! Eu até mandei uma mensagem questionando, dizendo que eu estava aguardando. Mensagem essa que foi visualizada e não respondida.
Vejam bem a situação! Depois de reagendar a entrevista pra um outro momento, a pessoa não apareceu e não deu satisfação nenhuma. Eu passei o sábado, o domingo e a segunda (porque foi feriado na Holanda e nada funcionou) na angústia sobre o que poderia ter acontecido. E, claro, nesse momento só passa ideia atravessada na cabeça, né?! Tipo que eles iriam me recusar (sim, pensava isso mesmo já tendo tido o match com a família), que iam dizer que com esse inglês não posso ir, que não aceitam quem toma medicação e blá blá blá.
É claro que eu contei pra minha host mom o que tinha acontecido e ela também não gostou e disse que procuraria a agência na terça-feira cedo. Foi o que ela fez.
No fim das contas, fizemos a entrevista, a entrevistadora se desculpou brevemente (bem brevemente, rs!) e seguimos com todo o processo. Daquele jeito... eu conseguia mais suporte nos grupos de facebook do que da agência.
Fiz tudo que me pediram, todas as etapas. E, enquanto isso, ia conversando com frequência com a família, fazendo vídeos, trocando fotos, tudo bem agradável.
Era fim de Junho quando chegou o momento em que a próxima etapa do processo era eu comprar a passagem para a agência poder aplicar e meu visto. Foi quando a host mom entrou em contato comigo (super desconcertada) dizendo que não poderia me receber porque ela e o marido estavam se separando e não seria o melhor momento para hospedar uma au pair.
Oi? Fiquei dois meses lidando com uma agência ***, fazendo tudo que era necessário, "achando" que tava tudo certo, que eu tinha uma família incrível e, de repente, não tenho mais nada. Estou no zero again.
E, acreditem se quiser... até hoje a agência NUNCA nem entrou em contato comigo para me dar essa notícia rs. Nem isso! Aí eu fico pensando, imagina estar na Holanda e precisar de algum suporte deles? Deus me free, Deus nos free! Por isso, gente, que eu aconselho a pesquisar muito bem uma agência, porque, SUPORTE e RESPEITO, penso ser o mínimo que eles devam nos oferecer. No meu caso, a agência era da família, não fui eu quem escolhi. Mas, para quem escolhe, muita atenção pra não pegar uma tranqueira dessas. Por motivos óbvios, eu não vou escrever o nome da agência aqui publicamente.
Muitas vezes, passamos situações em que achamos que o mundo vai acabar. Eu fiquei mal porque já estávamos quase em Julho e eu queria embarcar entre setembro e outubro. Achei que não ia dar tempo de fazer tudo de novo. Sem contar a preguiça de começar todas as buscas novamente, receber todos os "nãos" outra vez, passar todos os cagaços a cada entrevista de inglês haha. Ai, que preguiçaaaa!!
Maaaas, quando eu quero uma coisa de verdade, e foram pouquíssimas as vezes em que eu quis algo na minha vida com tamanha intensidade, eu sigo até conseguir.
Então, sofri por um dia. No outro, levantei e comecei tudo de novo...


sábado, 15 de setembro de 2018

A decisão de ser au pair e as 1001 dúvidas


Eu não fui conhecer o programa de Au pair só aos 28 anos. Eu conheci o programa em 2014, quando eu ainda podia aplicar pros EUA - e foi o que eu fiz naquela época. Como nesse tempo eu estava separada do meu ex-marido (a gente foi e voltou tantas vezes que nem sei dizer rs) e, pra variar, perdidona, eu procurei a World Study da cidade em que eu morava, paguei, fiz todo o processo e, por fim, fui recusada porque eu tomava (e ainda tomo) medicação controlada para ansiedade.
Aquilo me deixou no chão. Me sentindo muito mal e me sentindo culpada pelo meu próprio "fracasso", porque eu dependia dos remédios e eles me limitaram. Um tempo passou, voltei com o ex e guardei o sonho no bolso "one more time", até porque, como eu tinha sido recusada, na minha cabeça, aquilo era uma ideia perdida. Ah, e antes que alguém questione: "Nossa, mas não era mais fácil você ter se esforçado e parado os remédios?".... Bom, quem faz tratamento e entende o mínimo desses probleminhas emocionais sabe que eles são tão sérios quanto qualquer outra doença física e que exigem um tratamento certinho e bastante atenção e carinho consigo mesmo.
Como eu escrevi no primeiro post, em Janeiro desse ano (2018) tive o insight pra picar a mula do Brasil e mudar minha vida. Ao pesquisar no google, o único intercâmbio que me seria viável financeiramente seria o de au pair, embora não pudesse mais ir pros EUA, porque já tinha passado dos 26 anos. Mas, beleza, nunca fiz mesmo muita questão de ir pra Terra do Tio Sam.
Além disso, eu descobri algo tão mais feliz: que na Europa também havia oportunidades para ser au pair. E o que é melhor, alguns países aceitam até os 30 anos! 
Esse período de pesquisas sobre possibilidades e possíveis barreiras impeditivas foi meio agoniante pra mim, porque pra au pair na Europa eu achei as informações bem mais reservadas, mais difíceis de achar do que para os Eua. Pra começar, pelo que entendi, não são todos os países da Europa em que o programa de Au pair é legalizado para nós, brasileiras. Alguns dos países em que o programa é legalizado são: Alemanha, França, Holanda, Finlândia, Noruega, Dinamarca, Suécia e Islândia. Nos demais países, também há bastante au pairs, mas aí cada um por sua conta e risco, além de que alguns países só aceitam até os 26 anos (inclusive alguns desses que citei como "legalizados para brasileiras"), exigem comprovar alguma quantia de dinheiro em conta (que eu não tenho), muitos gastos com pagamento de curso, visto, seguro saúde e etc. Tudo isso muito fora da minha realidade.
Depois de muito pesquisar e conversar com pessoas, eu fui estudando as possibilidades e acabei perdidamente apaixonada pela Holanda, que oferece condições ao meu alcance, além de que é um charme o país, né, gente? Em pouquíssimo tempo, eu tinha certeza que ia morar naquele lugar! Sentia dentro do coração que era o caminho certo a trilhar.
O programa de au pair é legalizado na Holanda (isso é muito importante pra mim), a host family paga seu visto, seu curso, seu plano de saúde e um salário que varia de 300 a 340 euros. Ou seja, a au pair tem basicamente o custo da passagem e umas coisinhas como apostilar e traduzir a certidão de nascimento (menos de 500 reais).
Beleza, tava decidido!
Mas o que fazer agora, né?! Entrar numa agência? Procurar no site da Aupairworld (um site gratuito em que as famílias buscam au pair e as au pairs buscam famílias - é basicamente um Tinder "auperiano"), como eu vi muitas meninas recomendarem? Será que iam aceitar meu status de "divorciada" (porque eu vi que eles dão uma frisada na exigência "ser solteira" e, por mais que eu tenha certeza de que sou "free", na porcaria do papel consta "divorciada" haha)? Será que iam aceitar meu inglês meio bosta? Será que me barrariam pelos remédios? Será que eu ia encontrar uma família? Atentem para o detalhe de que famílias holandesas normalmente preferem as meninas da própria União Européia para terem menos gastos. 
Enfim... Será? Será? Será?
Meti a boca no mundo. Se vocês me pesquisarem nessas lupinhas de grupos de au pair no facebook, vão descobrir "A louca das perguntas" rs... perguntava mesmo! Sobre tudo. E foi assim que fui esclarecendo muitos pontos. Inclusive, sou muito grata a cada ajudinha que recebi, cada pessoa que compartilhou o que sabia comigo.
Estando tudo ok para os pontos mais relevantes (podia ser divorciada, podia tomar remédio - porém mais tarde descobri que depende rs - e podia dar sorte de alguém aceitar meu inglês), só fui! Comecei a agir.
Decidi num primeiro momento fazer meu cadastro no aupairworld e procurar famílias por lá. Daí dando match eu entraria pra agência da família e daria tudo certo.
Meu perfil ficou maneiro, pelo menos eu acho. Como fui professora, tinha bastante fotos com as kids. Contudo, me deparei com a realidade. Poucas famílias buscando brasileiras para a Holanda. Parti, então, pra dica que uma miguinha deu em algum grupo de face por aí, que é a seguinte: quando for fazer uma busca, coloque que você é de algum país europeu; daí vão aparecer dezenas de famílias. Para as quais você se interessar, envie mensagem dizendo que você é brasileira, mas acredita que o perfil de vocês combina.
Foi o que eu fiz. O resultado foi: incontáveis "NÃO", incontáveis "LIDO E NÃO RESPONDIDO (ou seja, ignorado haha), algumas conversas que não foram pra frente, uns 2 skypes com famílias que não deram em nada e, finalmente, o MATCH!
Ah, o match...!

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Eu, eu mesma e minha vida

Depois de uma péssima semana, hoje tá tudo suave, a chuvinha tá caindo lá fora, meu ser está em paz e, nada melhor que essas condições para dar início às postagens do blog - minha mais nova criação.
Então que eu decidi começar do começo, falando um pouquinho de mim e da minha história (resumidamente, claro, se não a gente ia inteirar umas 15 páginas e ninguém quer isso aqui haha).
O meu objetivo com o Blog, por mais que tenha gente que ache brega e passado (sorry, mores, mas eu sou da época em que blog era sucesso nas paradas), eu optei por esse recurso, primeiramente, porque me sinto feliz escrevendo. Não sei se escrevo bem ou mal mas sempre achei que me expresso melhor pelas palavras escritas do que pelas ditas. E, o segundo objetivo, não menos importante que o primeiro, é talvez conseguir ajudar, inspirar e motivar outras pessoas que de repente podem se identificar com a minha vida.
29 anos, divorciada (sim, eu sei que é bizarro! Quando digo isso, parece que tenho 20 anos a mais), formada em Pedagogia (até hoje não sei porque fiz essa escolha, digamos, peculiar, mas o lado bom foi que eu conheci minhas melhores amigas nessa facul), com uma pós em Letras e fui professora por 5 anos para crianças de 3 a 10 anos de idade.
Infeliz com o caminho em que eu estava, pedi demissão; e, mais perdida ainda, entrei na Administração, aventurinha que durou só um ano e eu já sai também.
E daí que eu não fazia (e cá entre nós, continuo não fazendo) a mínima ideia de qual era/é minha vocação/talento/profissão/ocupação ou seja lá como quer chamar. Sempre me senti assim, perdida! Via amigos se formando, exercendo suas profissões, ganhando dinheiro... não que eu tivesse a ilusão de que todas as pessoas do mundo são felizes com seus empregos, mas pelo menos eles estavam em algum lugar e de alguma forma ganhando um dinheiro, que proporcionava coisas boas (lazer, roupa, saúde, etc). E, eu, continuava sem fazer a mínima ideia de que rumo tomar.
Já com meus 24/25 anos, decidi investir na área de eventos e me especializei em assessoria e cerimonial de casamentos. Abri minha empresa, fiz muitos cursos e a coisa começou a deslanchar! Tava dando certo. Certo! Mas não aquele certo pra alcançar a independência financeira, sabe?
Mas, como eu era casada, meu ex-marido sustentava a casa e eu tinha meu dinheiro pra mim. Era confortável. Até o dia que não foi mais confortável...rs. Eu me separei. No dia 11 de Abril de 2016, depois de 13 anos junto com ele (comecei com 13 - pasmem!) estava eu voltando pra casa dos meus pais, em outra cidade (que fica no fim do mundo, por sinal - uma pequena cidade, pra onde eu sempre temi ter que voltar, e aconteceu), com uma mão na frente e outra atrás. 
Com o tempo vi que não era TÃO fim do mundo voltar pra minha cidade (era só um pouquinho). E que era necessário pra mim, naquele momento, receber o apoio dos meus pais e família; e que bênção eu tê-los! Sai muito novinha de casa (com 17) pra estudar, logo comecei a trabalhar e já casei. Então, de certo modo, foi como se eu precisasse ter voltado pra casa pra resgatar o que ficou perdido há alguns anos. 
Entrei numa nova faculdade (de Eventos), continuei fazendo os casamentos (que continuavam não me trazendo independência financeira, embora eu adorasse fazê-los e fosse boa naquilo), tentei a todo custo fazer vários amigos e me sentir pertencente a uma turma, mas não deu certo. Fiz apenas alguns pouquíssimos amigos, mas dos bons! Inclusive, um deles me ensinou uma das melhores coisas da vida e que vou levar pra sempre: beber cerveja.
Enfim, uma vida normal. Mas aquele buraco no peito continuava. Eu queria me encontrar, me sentir motivada, animada com algo, tendo um objetivo que eu considerasse digno de orgulho. Na verdade, meu lance sempre foi esse... tentar me amar, me orgulhar de mim e da minha história.
E, foi então que em Janeiro/2018, eu tava assistindo um filme nada a ver com o assunto (Uma Linda Mulher) e tive um insight: Se eu não gosto da minha vida e não gosto de onde eu estou, eu preciso fazer algo diferente para colher resultados diferentes, do contrário, vai continuar tudo igual. E, abri o notebook, comecei a pesquisar possibilidades de mudança para o exterior (porque sempre tive essa cisma de que eu queria viver a experiência de morar fora) e a única opção viável pra mim - financeiramente - era o programa de Au pair.
Buttt, esse texto tá muito longo e vou deixar pra escrever sobre a descoberta da realidade "auperiana" num próximo post.
Beijos de luz! =)